Razões Missionárias para Assistir ao VMA

Você que é líder da galera de 11 à 17 anos precisa saber o que aconteceu no VMA ontem e vou explicar porquê. Mas se você nem sabe o que é VMA, o seu caso é grave, mas não é um caso perdido. Claro que não podemos esquecer que você também precisa estar por dentro do que foi o UFC Rio ou MMA nesse último sábado e que dependendo da região onde mora ou dos adolescentes da sua igreja também saber dos shows que rolaram na Festa do Peão em Barretos.

Não, você não está no blog errado. Mas no mundo globalizado, o que aconteceu no Video Music Awards, ontem nos EUA, vai direta ou indiretamente influenciar essa galera para quem nós temos que comunicar o Evangelho. Se você perdeu a transmissão direta e ao vivo, não se preocupe, haverá reprise na MTV Brasil.

Jo Calderone VMA 2011

E se você é como eu, assista com seu computador ao lado para poder pesquisar tudo o que não está entendendo. Quando Lady Gaga apareceu travestida de homem, cantando como um homem e o locutor dizia que ela estava cantando como Jo Calderone, pensei que ela estava imitando um cantor dos anos 60 que eu não conhecia. Mas o Google me informou que Jo Calderone é o alter ego masculino de Lady Gaga que interpreta a canção “You and I”. Por essa eu não esperava mesmo.

Justin Bieber no VMA 2011
Kate Perry no VMA 2011

Você também verá o garoto bonzinho (por enquanto) Justin Bieber ganhando o prêmio de melhor clip masculino e agradecendo a Deus e a Jesus. E Kate Perry, a grande vencedora da noite ganhando o prêmio de melhor vídeo do ano. Kate é aquela filha de pastor, que um dia abandonou a igreja e cantou “I kissed a girl” (Eu beijei uma garota) e ontem apareceu com inusitados figurinos e um cubo na cabeça. Toda essa diversidade na mesma festa. E tudo isso vai mexer com a cabeça da nossa garotada e com a visão de mundo que eles tem.

Anderson Silva no UFC Rio

E o que dizer do novo herói da galera, Anderson Silva, o campeão peso médio de Ultimate Fighting Championship (UFC) ou Mixed Martial Arts (MMA)? Foi o esporte que agitou o último sábado e levou a galera para a frente da TV para assistir as lutas dos brasileiros contra os estrangeiros na arena em forma de octógono montada no Rio de Janeiro especialmente para o evento. E quando comentei sobre a violência da luta com meus filhos ouvi que o lutador Vitor Belfort é cristão e usa o esporte para falar de Jesus. Então tá, né?

Mas tudo isso é para dizer para vocês que nós e todos aqueles que trabalham com as gerações mais novas somos missionários que temos que constantemente reaprender a falar do Evangelho para uma geração que vive em um outro tempo e em uma outra cultura. E essa cultura muda e se multiplica com a velocidade digital de seu tempo.

Muitas igrejas tem a idéia de que ser uma Igreja Missionária é apenas enviar e sustentar missionários em lugares distantes, mas uma Igreja Missionária se engaja na missão de Deus, primeiro tendo consciência de quem ela é como igreja local em seus dons, virtudes, recursos e limitações. Depois precisa ter consciência de onde ela está geográfica e historicamente. E se as novas gerações estão na sua igreja e seu chamado é trabalhar com elas, você já sabe qual é o seu papel na missão de Deus.

Hans Rookmaaker, estudioso holandês, crítico de arte e cristão do século passado, escreveu sobre a nova geração em sua mais famosa obra “Arte Moderna e A Morte de uma Cultura”. Ele disse que a nova geração é composta por seres humanos que estão clamando desesperados pela perda de sua humanidade, seus valores e suas certezas e vagam na escuridão em busca de respostas. Apesar de ter sido escrito no século passado, esse ainda é um retrato muito fiel das novas gerações.

E ele continua dizendo que se quisermos ajudar essa geração, precisamos ouvir o seu clamor por se libertar desse universo sem objetivos, sem sentido e absurdo. Novamente, uma citação do século passado que constatamos com tristeza ser tão atual.

Que campo missionário tão carente e desafiador são as novas gerações! Que oportunidade para a missão da qual todos nós cristãos somos parte! As novas gerações estão diante de nós para que façamos discípulos e ensinemos a Palavra de Deus que salva e muda vidas.

Precisamos conhecer a cultura deles como um missionário faz ao se deparar com uma cultura diferente. Isso significa deixar de lado as críticas para que possamos alcançá-los e não aumentar o abismo entre as gerações. E também construir as pontes que podem nos ligar a eles para saber quais são as suas reais necessidades. Assim poderemos levar até eles o Evangelho de uma forma que alcance suas mentes e seus corações.

É por isso que há razões missionárias para você assistir ao VMA, saber qual é o último hit da Lady Gaga, do Justin Bieber ou do Luan Santana, conhecer os lutadores do UFC, assistir os filmes que eles assistem, estar nas mídias sociais (Facebook, Twitter), saber o que está “bombando” no Youtube e o que eles assistem na TV. Isso para não dizer que você tem aprender a enviar torpedos e por aí vai.

Quero esclarecer que essas idéias todas, além de não serem nada originais e não serem necessariamente minhas, são bíblicas. Por isso cito aqui a fonte: me inspirei no brilhante Paulo em sua passagem por Atenas e podemos ler essa passagem incrível da vida dele em Atos 17:16-34.

Aproveite e faça um download da Bíblia no seu celular e seja um missionário na Nova Geração.

I was born this way, mas a Lady Gaga não!

Assim que ouvi pela primeira vez o hit “I was born this way” de Lady Gaga, me lembrei imediatamente (eu estou chegando nos 50) da canção Gabriela de Dorival Caymmi, inspirada no Romance Gabriela Cravo e Canela de Jorge Amado e que dizia:

Eu nasci assim, eu cresci assim
Eu sou mesmo assim
Vou ser sempre assim
Gabriela, sempre gabriela

Ao escutar mais atentamente a letra, percebi que não tinha quase nada a ver com a velha canção. Mas as duas fotos acima também nos mostram que Lady Gaga, nasceu Stefani Joanne Angelina Germanotta, morena e uma adolescente comum e que agora com seus estranhos implantes faciais, seus cabelos platinados se tornou a “mãe monstro” como ela mesmo se auto-denomina. Portanto, queridos leitores, Lady Gaga não nasceu assim e sua música começa nos enganando desde o começo.

Mas nos enganando por que? É justamente aí que está o problema, a música de Gaga diz que todos devem ser aceitos como são e chega a citar que Deus não comete erros e por isso enganou muitos cristãos. A canção chegou a ser considerada como um hino aos marginalizados por uma teóloga americana num site cristão, por causa desse trecho, que é precedido por outro que diz que não importa sua classe social, raça ou nacionalidade:

Whether life’s disabilities                       (Não importa se os obstáculos da vida)                                                Left you outcast, bullied, or teased    (Te deixaram afastado, assediado ou importunado)
Rejoice and love yourself today           (Alegre-se e ame-se hoje)
‘cause baby you were born this way  (Pois, baby, você nasceu assim)

Então examinem a letra e sua tradução antes de  apontarmos as falhas nesses argumentos que convencem muitos cristãos e provavelmente muitos jovens e adolescentes.

  • Pois Deus não erra (‘cause god makes no mistakes) – Aqui reconheço que é ponto para Lady Gaga, porque Deus não erra mesmo. Tudo o que Deus faz é perfeito e certo. O grande problema são os fatos que ela usa para justificar essa afirmação.
  • Baby, eu nasci assim. Oooh não tem outro jeito (Baby i was born this way. Ooo there ain’t no other way) E nesse trecho que a música fica parecida com aquela da Gabriela e isso não é verdade na vida do cristão. Sabemos que em Cristo podemos ter uma nova vida e que só ele pode dar um outro jeito na vida que levamos. (2 Co 5:17)

Essa é uma ótima desculpa para permanecer no erro e no pecado, pois afinal se nascemos assim e não há outro jeito, que culpa temos. Se acreditarmos nisso, não haverá cura para o alcoólatra que nasce com uma tendência para a dependência química, ou recuperação para um criminoso. Mas vejam que Paulo nos diz em (Rm. 7:15-17) que nascemos assim, com essa inclinação e vontade para o pecado, mas temos em Cristo a solução.

  • Não importa se você é gay, hetero ou bi, lésbica ou se é transexual (No matter gay, straight, or bi, lesbian, transgendered life) – Para Lady Gaga não importa porque segundo ela “você nasceu assim”. Mas nem a Bíblia nem a ciência dizem isso. A Bíblia diz em Gn 1:27 que Deus criou homem e mulher e nenhum outro gênero sexual. Além disso, a ciência ainda não conseguiu descobrir um gene que possa causar a homossexualidade e isso é dito pelo famoso pesquisador da área de genoma,  Simon LeVay que é um ativista gay.
Acho que já temos muito assunto para conversar sobre o hit da Lady Gaga, não é? Mas ainda preciso explicar o título do post. Ontem estava criando um álbum no meu Face chamado “I was born this way” e vi que só os anos me castigaram um pouco, mas que eu continuo como nasci, original de fábrica. Podem conferir nas fotos abaixo:

SYMC 2011 – The End

Segunda-feira, 7  de março, o dia que todos nós na SYMC 2011 não queríamos que chegasse, inevitavelmente chegou. Foi o final dos 4 dias incríveis que Kara Powell definiu como um gigantesco Flash Mob de 3000 pessoas, com 4 dias de duração.

Para mim o dia começou com um resumo do curso “Engaging the Soul of Youth Culture” com Walt Mueller. Walt é um estudioso da cultura dos adolescentes de hoje porque crê que precisamos conhecer o mundo deles para causar impacto em suas vidas. Já havia lido algumas das matérias que Walt escreveu sobre isso, mas ouvindo ele falar apaixonadamente sobre o assunto, me tornei sua fã depois de 15 minutos de curso. Como ele, também penso que a diferença entre as gerações é tão grande hoje e cultura muda e se multiplica com a velocidade digital de seu tempo.

Precisamos conhecer a cultura deles como um missionário faz ao se deparar com uma cultura diferente, para que possamos alcança-los e diminuir esse abismo entre as gerações. Nosso trabalho no ministério com adolescentes e jovens é construir as pontes que podem nos ligar a eles para saber quais são as suas reais necessidades. Assim poderemos levar até eles o Evangelho de uma forma que alcance suas mentes e seus corações. E é justamente aí que Walt nos disse que está a diferença entre ser culturalmente relavante e ser conhecedor da cultura. Não precisamos ser relevantes para a cultura deles, pois eles não precisam de mais shows e nem podemos competir tecnologicamente falando com a MTV, Internet e outros recursos a que eles tem acesso. Mas precisamos saber o que eles assistem, ouvem, leem e conversam. E por falar nisso, vocês já deram uma olhada na letra e no novo vídeo da música “Born this Way” da Lady Gaga? Ainda não, então confira nesse link. Esse simples parágrafo renderia mais uns 3 ou 4 posts.

Finalmente nos reunimos para o momento final de louvor e celebração e Rick Lawrence nos lembrou da importância que temos na vida de cada adolescente , joveme suas respectivas famílias que passam pelos nosso ministérios. E nos fez refletir sobre as pequenas coisas que realizamos. Se você acha que isso não faz diferença, pense em como seria a vida desses adolescentes, nas quais você de alguma forma fez diferença,  se você nunca tivesse nascido. Entendeu?

Doug Fields e eu ao final da SYMC 2011

E terminamos agradecidos a Deus pelo tempo que tivemos e esperando pela SYMC 2012!

Quero deixar para vocês uma pergunta importante e um chamado para nossas igrejas. Infelizmente. a maior parte das nossa igrejas hoje, vê o Ministério com pré-adolescentes, adolescentes e jovens como o rei Ezequias via o futuro do seu povo e os seus tesouros no tempo em que reinou. Quando ele ouviu do profeta Isaías que todos os tesouros do seu povo seriam levados pelos inimgos e até as gerações seguintes do seu próprio povo seriam escravizadas ele respondeu: “É boa a palavra do Senhor que você falou”, Ezequias respondeu. Pois pensou: “Haverá paz e segurança enquanto eu viver”. Isaías 39:8.

Até quando nossas igrejas olharão para as Novas Gerações  como o rei Ezequias fez? Isaías 39:1-8.