As Tristes Lições de Demi Lovato

Demi Lovato e fãs em 2017 no Brasil. Fonte: Twitter

A notícia de uma suposta internação por overdose da cantora Demi Lovato invadiu os noticiários da TV e redes sociais ontem à noite. E a comoção de seus jovens fãs se espalhou pela Internet no mundo e no Brasil. Pré-adolescentes e adolescentes brasileiros, principalmente as garotas, seguem de perto cada movimento da pop star e alguns pais manifestaram nas redes sociais sua preocupação sobre como isso pode afetar seus filhos.

Confesso que quando eventos tão marcantes assim acontecem minha preocupação é encontrar a melhor forma de ajudar os adolescentes a refletirem sobre os fatos, as notícias e as consequências. Quase que imediatamente vem à minha mente o exemplo do apóstolo Paulo em Atos 17:16-33 nos mostrando como precisamos estar atentos à cultura para nos conectarmos com nossos ouvintes. Por isso pais, líderes, professores e pastores de adolescentes precisam ser pesquisadores e estudiosos da cultura adolescente se quiserem entender e serem entendidos pelos adolescentes. Então se você não sabe muito sobre Demi Lovato e sua triste história de vida é hora de conhecer e a Internet oferece muitos sites como este para sua pesquisa.

Essa tragédia na vida da jovem Demi Lovato pode dar início a algumas conversas importantes com nossos adolescentes. A questão da dependência química e suas consequências, por exemplo, pode e deve ser abordada. A luta da cantora contra a dependência é um triste exemplo do quanto é difícil vencer essa batalha. Pré-adolescentes e adolescentes estão expostos a todo tipo de substâncias lícitas e ilícitas que causam dependência e essas conversas com eles são muito importantes.

Demi também sofreu bullying por causa do seu peso na adolescência e diz que esses foram fatores que a levaram a ter suas primeiras experiências com álcool e drogas. Em tempos de Internet e de grande exposição nas redes socais o bullying tem tomado proporções gigantescas e deve ser um assunto discutido com nossos adolescentes. Devemos lembrar que eles tanto podem sofre bullying como praticar bullying com outros e as duas situações precisam ser abordadas.

O peso ou a aparência também são questões do cotidiano dos adolescentes principalmente nas redes sociais. Uma pesquisa realizada no Reino Unido mostrou que adolescentes e jovens estão sofrendo com ansiedade, depressão, autoestima baixa e falta de sono pelo excesso de uso de redes sociais. Adolescentes sofrem as consequências nocivas da grande exposição a imagens de corpos, maquiagens e cabelos perfeitos, roupas e outros bens de consumo dos sonhos, além de viagens fantásticas que estão totalmente fora do alcance deles. É o momento de abordarmos esses pontos com eles de uma perspectiva cristã.

E não seria esse também o momento de nos unirmos aos nossos adolescentes em oração pela vida de Demi Lovato?

19 Porque, embora seja livre de todos, fiz-me escravo de todos, para ganhar o maior número possível de pessoas. 

20 Tornei-me judeu para os judeus, a fim de ganhar os judeus. Para os que estão debaixo da lei, tornei-me como se estivesse sujeito à lei, (embora eu mesmo não esteja debaixo da lei ), a fim de ganhar os que estão debaixo da lei. 

21 Para os que estão sem lei, tornei-me como sem lei ( embora não esteja livre da lei de Deus, mas sim sob a lei de Cristo ), a fim de ganhar os que não têm a lei. 

22 Para com os fracos tornei-me fraco, para ganhar os fracos. Tornei-me tudo para com todos, para de alguma forma salvar alguns. 

23 Faço tudo isso por causa do evangelho, para ser co-participante dele. 

1 Coríntios 9:19-23

 

Série: O Que Eles Tem na Cabeça? Adolescentes e Comportamentos de Risco

Comportamento de Risco

Imagem cortesia de Ben Schonewille em FreeDigitalPhotos.net

Adolescentes parecem procurar por comportamentos de risco. Você já deve ter ouvido falar de adolescentes e jovens europeus que se “divertem” escalando prédios altos para depois postar fotos e vídeos da façanha na Internet. Em outubro de 2016 um pré-adolescente de Santos, SP morreu participando da “brincadeira do desmaio”. Nossos adolescentes experimentam drogas, consomem álcool, dirigem sem licença e são atraídos por todo tipo de comportamento de risco.

A primeira pergunta que fazemos é “Mas ele não pensou nos riscos?”. Os recentes estudos sobre o cérebro dos adolescentes vão nos mostrar que eles não pensaram. As razões para não pensarem são fisiológicas:

  • Os lobos frontais ainda não tem uma boa conexão com outras partes do cérebro do adolescente e isso dificulta a avaliação de riscos e consequências.

  • Os sistemas neurais que controlam a excitação e a recompensa são muitos sensíveis no cérebro adolescente. Por isso as emoções e o imediatismo tem um grande apelo para eles.
  • O centro cerebral do prazer é extremamente ativo e isso faz com que eles tenham uma intensa busca por recompensas (ações ou substâncias que lhes trazem prazer). A ânsia pela recompensa é muito maior do que a consciência do risco.

Isso explica o porquê do cérebro adolescente ser mais suscetível ao vício por um comportamento ou substância química. A droga ou outro estímulo prazeroso age de forma intensa no centro cerebral do prazer e os lobos frontais não estão prontos para inibir esse efeito. Por isso o cérebro adolescente busca intensamente por essa estimulação. É isso que torna o cérebro adolescente tão suscetível ao vício e aos comportamentos de risco.

Você pode estar sentindo certo desânimo com essas informações, mas podemos ver a adolescência como um período de grandes oportunidades para influenciar positivamente a vida dessa nova geração. É indiscutível que há muitas escolhas ruins à disposição dos adolescentes, mas cabe aos pais, professores, líderes, mentores e outros adultos apresentar as boas escolhas para eles. Os adultos precisam incentivá-los a buscar as experiências positivas que proporcionem prazer e emoção para eles. Os esportes, convívio social com outros adolescentes num ambiente saudável e atividades em grupo são muito importantes! Adolescentes envolvidos no serviço ao próximo nas nossas igrejas, em comunidades carentes ou em viagens missionárias irão obter a recompensa e o prazer que tanto buscam por meio de atividades positivas para o desenvolvimento deles.

Fica a pergunta: “O que estamos oferecendo aos nossos adolescentes para que eles não tenham a necessidade de buscar comportamentos de risco?”

Quem despreza o próximo comete pecado, mas como é feliz quem trata com bondade os necessitados!

Provérbios 14:21

É Carnaval no Brasil…

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Foto: Jal Vieira    www.obaoba.com.br

 

Com um título bem parecido escrevi sobre o Carnaval nesse blog há alguns anos. Todos os anos o Carnaval é muito comemorado no Brasil e sempre chegam as perguntas: “Como falar sobre isso com nossos adolescentes e jovens?” ou “Pular Carnaval é pecado?” E eu sempre me pego pensando que se nossos adolescentes e jovens estivessem expostos aos perigos do Carnaval somente nesse feriado a coisa não seria tão ruim assim.

Antes que seja mal interpretada, explico meu pensamento. Infelizmente vivemos a cultura do Carnaval no Brasil durante os 365 dias do ano. Foi-se o tempo em que o Carnaval era o momento para as pessoas colocarem em prática todos os seus desejos reprimidos durante o ano. Vivemos imersos numa cultura hedonista cujo lema é o importante é ser feliz. Não é preciso esperar pelos dias de folia para fazer o que bem entender. Adolescentes e jovens estão constantemente expostos ao álcool, drogas, sexo fora do casamento e toda sorte de coisas do tipo!

Há também o argumento de que o Carnaval tem uma origem pagã (informação correta), mas muitas das nossas festas também tem origem pagã. Ou há uma base bíblica para celebrar aniversário e Ano Novo? E o que dizer da corrupção que assola o país e é amplamente divulgada em todos os meios de comunicação? Como explicar aos mais novos o termo “suruba seletiva” proferido pelo senador Romero Jucá ao se referir à proposta de referir o foro privilegiado? O famigerado programa BBB está em sua 17ª edição com tudo de ruim e errado que se possa imaginar. No Brasil é Carnaval todo dia…

Então não devemos nos importar com o Carnaval e está tudo bem? Claro que não! O Carnaval de rua voltou nas grandes cidades e adolescentes e jovens estão acompanhando os bloquinhos por aí correndo todos os riscos que o cérebro jovem não consegue prever. Em várias redes sociais bombou o relato da jovem que sofreu abuso e agressão num desses blocos em São Paulo. O Carnaval é uma época em que precisamos estar mais atentos, mas as novas gerações precisam dos nossos cuidados e das nossas atenções o ano todo.

Viver o Evangelho de Jesus Cristo é um desafio para nós e as novas gerações todos os dias.

“Tudo me é permitido”, mas nem tudo convém. “Tudo me é permitido”, mas eu não deixarei que nada domine.
1 Coríntios 6:12

Nova Página: Perguntas e Respostas

Igreja O Brasil Para Cristo em Calmon Viana, Poá

Igreja O Brasil Para Cristo em Calmon Viana,                                             Poá

No último domingo, dia 25 de agosto, estive na Igreja O Brasil para Cristo Calmon Viana em Poá para um bom bate papo com pais e filhos adolescentes.

Tive a oportunidade de responder algumas perguntas feitas por eles e compartilhar um pouco das minhas experiências pessoais. Creio que as perguntas respondidas lá podem ajudar muitos líderes e pais de adolescentes, por isso resolvi criar uma nova página no blog chamada Perguntas e Respostas.

A página começa com as perguntas feitas e respondidas naquele evento, mas vocês também podem mandar suas perguntas para esse blog através do espaço Deixe uma Resposta, no final da página.

Espero que esse seja mais um canal de comunicação e ajuda para aqueles que trabalham com adolescentes e para pais.

Quem está perdendo essa guerra?

Se você começou a ler esse post pensando que eu vou falar algo sobre a morte do Bin Laden ou sobre a guerra ao terrorismo, errou. Também não vou falar de nenhuma guerra espiritual.

É com muita tristeza que volto a falar da guerra contra o alcoolismo entre os nossos adolescentes e jovens e é com mais tristeza ainda que constato que são nossos filhos, nossos adolescentes e nossos jovens que estão perdendo essa guerra. Confesso que fiquei surpresa e desapontada ao constatar que o menor número de acessos que esse blog já teve, foi quando o assunto tratado era o alcoolismo entre os adolescentes. Quase não acreditei.

Semana passada, logo depois de ter postado a segundo parte do post “Adolescentes e Álcool: Mistura que Não Desce Redondo” tive a oportunidade de conversar com dois amigos muito queridos e verdadeiros especialistas na área. Um é o Dr. Maurício Gattaz, que além de amigo é o médico da minha família, profissional extremamente competente, e um dos que combate a praga do alcoolismo no Brasil. Além de apontar o álcool com grande vilão da saúde no Brasil, ele disse que os números mostram que a maior parte das mortes violentas estão associadas ao álcool. Vocês poderão ler mais sobre isso nos links que indicam os artigos escritos por ele para leigos como nós.

O outro amigo foi um dependente químico durante sua adolescência e parte da juventude e hoje encontra-se completamente recuperado. Na mesma conversa com o Dr. Maurício, esse amigo, que experimentou todas as drogas disponíveis no seu tempo, nos confessou que a pior de todas elas é sem dúvida o álcool. Ao contrário do que muitos dizem que o álcool é a porta de entrada para outras drogas, ele nos disse que o álcool é a própria droga.

E nós como igreja, o que estamos fazendo? Fechamos nossos olhos para esse problema ou falamos sobre ele uma vez por ano? Nos enganamos achando que nossos adolescentes não estão nessa? Que espaços abrimos para tratar do assunto com eles e com seus pais? O quanto sabemos do envolvimento deles com bebidas alcoólicas?

Vocês já leram essa reportagem da Revista Veja que diz que o adolescente brasileiro começa a beber em média com 12 anos? Isso é simplesmente assustador quando os especialistas nos dizem que o álcool leva à perda do juízo crítico em relação à sexualidade e à violência. Isso significa que podemos falar horas e horas para nossos adolescentes que o sexo é um grande presente de Deus para nós para o casamento, mas eles vão tomar a decisão de fazer sexo quando estão alcoolizados e perderam seu juízo crítico.

Como disse no começo, a situação é de uma verdadeira guerra e já sabemos quem está perdendo. Quando vamos inverter essa situação? A Palavra de Deus traz inúmeras advertências sobre o mau uso do álcool e nós precisamos ajudar os pais e aproveitar o tempo que temos com eles para discutir esse assunto.

Por que será que entre os Ais de Isaías ele incluiu esse: “Ai dos que são campeões em beber vinho e mestres em misturar bebidas,” Isaías 5:22 . Isso já dá para começar uma boa conversa, não dá?

RESULTADO DA ENQUETE

Alguns pais acham que oferecer bebida alcoólica aos seus filhos menores de idade em casa é uma forma de inibir o consumo dessas bebidas por eles fora de casa.
Concordo totalmente. 0%
Não concordo. 80%
Concordo parcialmente, pois acho arriscado.20%

Vale lembrar da pesquisa que já mencionei do Dr. George E. Vaillant, um professor de psiquiatria na Harvard University, que em 1983 comparou 136 homens alcoólatras com homens que não eram alcoólatras. Aqueles que cresceram em famílias onde o álcool era proibido na mesa, mas era consumido fora de casa sem a comida, tiveram 7 vezes mais chances de tornaram-se alcoólatras  do que aqueles que vieram de famílias onde o vinho era servido nas refeições, mas bebedeiras não eram toleradas de forma alguma.


Adolescentes e Álcool: Mistura que Não Desce Redondo (Parte 2)

O alcoolismo entre adolescentes e jovens tem proporções epidêmicas no Brasil e a Igreja Brasileira precisa começar a agir imediatamente. Não podemos esquecer as outras drogas, mas é muito importante lembrar que nossos jovens não são bombardeados por comerciais de cocaína, crack ou maconha na TV, revistas ou Internet. Mas eles são constantemente bombardeados por comerciais muito bem feitos de bebidas alcoólicas, onde os famosos e jovens aparecem se divertindo em lugares maravilhosos e em situações incríveis. Tudo parece dizer: beba, pois beber é ótimo.

Como prometi no último post, aqui vão mais dicas para lutar contra essa epidemia.

  • Ensine que a Bíblia não proíbe o consumo de bebidas alcoólicas pelos cristãos. Embora muitos cristãos pensem assim, as Escrituras não trazem essa proibição ou o primeiro milagre de Jesus ao transformar água em vinho seria uma total incoerência (João 2:1-11). A Bíblia nos adverte a nos mantermos longe do álcool para evitarmos a embriaguez (Pv 20:1; 23:29-35 ; Efésios 5:18), que é condenada por Deus. Entretanto pela lei brasileira, como já dissemos no post anterior, bebidas alcoólicas são proibidas para menores de 18 anos e isso não se discute.
  • Traga pessoas que já tiveram problemas com álcool para dar seu testemunho para os adolescentes.  Essas histórias podem ser muito fortes e tristes, mas tem um impacto tremendo para os adolescentes e jovens. Eles poderão ouvir e ver o potencial de destruição que o álcool tem em vidas de pessoas como eles. Vídeos e filmes sobre histórias reais também podem ajudar.
  • Trabalhe em conjunto com os pais para que eles saibam como lidar com seus filhos em casa. Não me compreendam mal, mas é papel dos pais “ensinar” seus filhos a beberem com responsabilidade ao invés de os atirarem ao mundo aí fora sem nenhuma instrução. Dr. Paul Steinberg, um psiquiatra de Washington diz que a idade mais perigosa para um jovem é aquela em que ele pode beber álcool legalmente sem qualquer supervisão (21 anos nos EUA). Muitos jovens caem com tudo na bebida e por isso ele sugere que os pais comecem a introduzir o vinho nas refeições em família como prevenção à esse tipo de comportamento.

Dr. George E. Vaillant, um professor de psiquiatria na Harvard University, publicou The Natural History of Alcoholism (A História Natural do Alcoolismo) em 1983 onde comparou 136 homens alcoólatras com homens que não eram alcoólatras. Aqueles que cresceram em famílias onde o álcool era proíbido na mesa, mas era consumido fora de casa sem a comida, tornaram-se alcoólatras 7 vezes mais do que aqueles que vieram de famílias onde o vinho era servido nas refeições, mas bebedeiras não eram toleradas de forma alguma.

É claro que em famílias onde o alcoolismo já é um problema conhecido, esse procedimento não deve ser empregado, pois é cientificamente sabido que há uma predisposição genética para o alcoolismo.

Talvez esse procedimento possa causar espanto ou escândalo para alguns de vocês, mas preciso dizer que foi esse o procedimento que meu marido e escolhemos para nossa família. Perto dos 18 anos, nossos 3 filhos começaram a ter acesso a uma limitada quantidade de bebida alcoólica sob a nossa supervisão durante as refeições. E bebedeiras eram terminantemente proibidas. Escolhemos fazer isso sem conhecer essas pesquisas, mas porque fomos educados assim e os resultados foram bons em nossas famílias de 4 e 5 filhos.

Meus filhos podiam ir às festas desde os 15 anos com a condição de que nós fossemos buscá-los, pois assim poderíamos checar se eles haviam bebido ou não. Eles sabiam que uma bebedeira não seria tolerada e apenas 1 deles quebrou nossa confiança e bebeu demais uma vez aos 17 anos. Por isso ficou sem sair por 3 meses justamente numa época de festas de formatura, que ele perdeu sob protestos, choros e até greves de fome, mas perdeu e aprendeu.

  • Encontre voluntários que possam estar mais próximos dos seus adolescentes. Há uma grande chance de que metade dos adolescentes do seu grupo esteja enfrentando problemas com álcool, mas fica muito difícil detectar isso num grupo grande. Por isso, precisamos muito de adultos ou jovens adultos cristãos com uma vida séria com Deus que possam acompanhá-los mais de perto. Ore e procure por essas pessoas. Ore para que a sua congregação entenda que a geração mais velha é sim responsável pela geração mais nova (Juízes 2:10)
Lutar contra a epidemia do alcoolismo entre os adolescentes não é fácil, mas é nossa tarefa e com a ajuda de nosso Deus e joelhos no chão precisamos continuar nessa luta!

Adolescentes e Álcool: Mistura que Não Desce Redondo (Parte 1)

Num mundo de tantas tragédias, como a do Massacre em Realengo, pensei que não me comoveria facilmente tão cedo, mas o programa Profissão Repórter do dia 19/04 sobre Jovens e Consumo de Álcool no Brasil me deixou profundamente triste e preocupada. Não assisti à um massacre, mas vi milhares de jovens e adolescentes destruindo lentamente suas vidas e seus futuros através do consumo excessivo de álcool. Se você não assistiu ao programa, só vai ter a real dimensão do que eu estou falando assistindo as cenas chocantes na Internet.

As pesquisas mostram que no Brasil, dos adolescentes entre 12 e 17 anos, 48,3%, já beberam alguma vez na vida. Desses, 14,8% bebem regularmente e 6,7% são dependentes de álcool.

Além disso, 46% dos adolescentes entre 14 e 17 anos consomem bebidas alcoólicas no nosso país. O dado é de um estudo recente da ONU, que mapeou a ingestão de álcool entre os jovens de nove países da América Latina. Ficamos atrás apenas da Colômbia, com 51,9%, e do Uruguai, com 50,1%.

O alcoolismo entre jovens e adolescentes no Brasil se transformou numa epidemia, mas nem tudo está perdido. Podemos e devemos combater o mais depressa possível essa praga que está destruindo nossos adolescentes e jovens. O jornal gaúcho Zero Hora publicou em uma edição recente que Pesquisa feita nos Estados Unidos mostra que o envolvimento religioso pode diminuir o uso abusivo de álcool na juventude”.

Então minha grande pergunta é: O que a Igreja Brasileira está fazendo para combater isso? Qual é a diferença que a Igreja está fazendo nas vidas desses adolescentes e jovens no combate ao alcoolismo? 

Tenho algumas contribuições para que possamos começar a pensar e discutir esse assunto tão importante:

  • Reconheça que o problema existe e está afetando nossos adolescentes. Se 46% dos adolescentes consomem bebidas alcoólicas regularmente, esse problema deve está acontecendo dentro de nossas Igrejas e lares. Não podemos nos enganar e achar que estamos imunes ou distantes do problema.
  • Comece a discutir o assunto o mais cedo possível. O problema do alcoolismo deve ser tratado já com pré-adolescentes ou com a galerinha à partir dos 10 anos. Outro dia, lendo um artigo do Dr. Walt Mueller, um estudioso da cultura teen nos EUA, ele dizia que falamos muito para as crianças sobre drogas, para não aceitarem doces ou bebidas de estranhos, mas acabamos deixando de falar do álcool, que é provavelmente a primeira droga à que elas terão acesso. Além disso, as pesquisas mostram que adolescentes que começaram a beber antes dos 15 anos tem 5 vezes mais propensão a se tornarem alcoólatras do que os jovens que tem o primeiro contato com a bebida depois da maioridade.
  • Converse abertamente com eles sobre a lei da proibição de bebidas alcoólicas para menores de 18 anos e os danos que a bebida causa ao cérebro em crescimento. É importante que eles saibam que em nosso país é proibido por lei o consumo de bebidas alcoólicas por menores de 18 anos, estejam eles acompanhados ou não de um maior de idade. Como cristãos devemos obedecer a lei e não cabe discutir se ela é justa ou não. (Rm 13:1-3) Mas essa lei também tem um embasamento científico, pois é comprovado que o álcool pode trazer danos irreversíveis à saúde do menor de 18 anos.
Há ainda muito o que discutir sobre esse assunto e muitas mais dicas para dar aos líderes e pais. Portanto, resolvi dividir esse post em 2 partes e na parte 2 vou dar mais dicas e compartilhar mais as minhas experiências de mãe de 3 jovens que já passaram por esse doce, mas conturbado período da adolescência e também tiverem que enfrentar essa tentação e pressão do grupo em relação ao álcool. Também vou propor uma enquete e sua participação é muito importante. Perguntas e outras contribuições também são importantes para a Parte 2 desse Post, portanto sinta-se a vontade para participar.