O Evangelho, Adolescentes e as Questões do Nosso Tempo (Parte 2)

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Foto de Flora Westbrook em Pexels

Quando penso em nossos adolescentes e jovens e na cultura que os envolve vejo aqueles chamados para alcançar essas faixas etárias, como verdadeiros missionários transculturais. Daí vem nossa necessidade de conhecer a cultura deles e procurar pontos de contato com ela.

Lembro de um professor que tive no DMin que nos dizia que precisamos falar sobre aquilo que faz nossos ouvintes perderem o sono. Entre tantas coisas que fazem nossos adolescentes perderem o sono está a sexualidade e as polemicas sobre identidade ou ideologia de gênero. Sim, são questões difíceis, que dizem respeito não somente a eles, mas também as suas famílias. Entretanto é urgente que eles conheçam a visão e os valores de Deus sobre essas questões.

Enquanto evitamos o ensino e a discussão desses temas com nossos jovens e adolescentes, as pessoas que produzem cultura popular estão atraindo essa geração com o que julgamos ser apenas diversão, para depois bombardeá-los com mensagens que visão transformar seus sentimentos, suas mentes e seus comportamentos.

Na semana passada ouvi uma respeitada psicóloga brasileira falando sobre a importância da educação sexual na escola, pois muitos pais não se sentem preparados para isso. Ela continuou dizendo que se deve respeitar os valores da família e da comunidade onde esses adolescentes e jovens estão inseridos. E logo a seguir recomendou uma série da Netflix sobre educação sexual para pais e adolescentes. Segundo ela, a série é muito instrutiva e pode ajudar os pais a começarem conversas com seus filhos para que eles desenvolvam uma sexualidade saudável.

Por respeitar muito essa psicóloga fui conferir o primeiro episódio da série que já está em sua 2º temporada e não posso concordar com a indicação da série. Além da primeira cena ser extremamente gráfica, praticamente todos os personagens adolescentes e adultos tem desvios de comportamento sexual. Os criadores da série argumentam que estão apenas retratando a realidade do mundo adolescente hoje, mas temo que a real intensão seja influenciar o comportamento dos adolescentes. Um dos personagens diz que “Todos estão pensando em transar ou estão prestes a transar ou estão transando.”

Será que nós, os cristãos, continuaremos permitindo que nossos adolescentes ouçam as mentiras sobre sexualidade? Ou iremos ensinar a verdade de Deus sobre a sexualidade para as novas gerações?

No meu novo curso, Compreendendo a Cultura Adolescente: Internet, Redes Sociais e Sexualidade, a ideia principal é compreender os pensamentos e as questões de nossos adolescentes diante da cultura do nosso tempo. Só a partir dessa compreensão é que poderemos discutir e responder, a partir de uma perspectiva bíblica, as questões que afligem as novas gerações.

Para mais informações sobre o curso e inscrições acesse o link.

O Evangelho, Adolescentes e as Questões do Nosso Tempo (Parte 1)

Foto de Engin Akyurt em Pexels

Foto de Engin Akyurt em Pexels

A evasão de adolescentes e jovens de nossas igrejas é uma triste e inegável realidade. E a situação é ainda mais triste quando nos deparamos com as explicações que as igrejas dão para isso, responsabilizando somente as novas gerações, sem ao menos considerar sua própria responsabilidade sobre essa situação.

Será que as novas gerações estão virando as costas para o Evangelho ou somos nós, como igreja, que não estamos ensinando e vivendo o verdadeiro Evangelho para eles? Estamos realmente pregando o Evangelho que fala do imensurável amor de Deus, que nos constrange a ponto de reconhecermos nossa miserável condição e nos leva a nos entregar nossas vidas a Jesus (Jo 3:16,17)? Ou pregamos o evangelho que julga, condena e exige obediência para que sejamos aceitos por Deus? Esse evangelho apequenado, que deixa de lado o amor de Deus e o perdão, esquece da graça que nos aceita como somos e é essa aceitação amorosa e misericordiosa (Ef 2:6-9) que nos leva a nos entregarmos a Deus e obedecer seus mandamentos.

Nossas igrejas, como família de Deus na terra, precisam ensinar o verdadeiro Evangelho para as novas gerações, amando-as e acolhendo-as como irmãos, pois Deus os adota como filhos por meio de Jesus Cristo (Gl 4:4-7). Não podemos nos esquecer que mesmo antes de sermos adotados como filhos, ou quando ainda éramos pecadores afastados de Deus, ele amou todos nós (Rm5:8). Dessa verdade é que vem a vocação para o amor das comunidades da fé, mas não é essa a percepção que muitos grupos da nossa sociedade, como as novas gerações, tem das igrejas cristãs evangélicas. Somos identificados com tribunais, que julgam e condenam, sem demonstrar o amor de Deus por todos.

Nossos adolescentes e jovens tem questionamentos que deveriam e poderiam ser acolhidos e abordados pelas igrejas. Mas quando nos calamos por não entendermos nossa missão para amar e proclamar, ou por não considerarmos esses assuntos “espirituais”, eles buscam respostas e acolhimento em outras comunidades no mundo real ou virtual.

No meu novo curso, Compreendendo a Cultura Adolescente: Internet, Redes Sociais e Sexualidade, a ideia principal é compreender os pensamentos e as questões de nossos adolescentes diante da cultura do nosso tempo. Só a partir dessa compreensão é que poderemos discutir e responder, a partir de uma perspectiva bíblica, as questões que afligem as novas gerações.

Contudo, aos que o receberam, aos que creram em seu nome, deu-lhes o direito de se tornarem filhos de Deus,
os quais não nasceram por descendência natural, nem pela vontade da carne nem pela vontade de algum homem, mas nasceram de Deus.
João 1:12,13

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As Tristes Lições de Demi Lovato

Demi Lovato e fãs em 2017 no Brasil. Fonte: Twitter

A notícia de uma suposta internação por overdose da cantora Demi Lovato invadiu os noticiários da TV e redes sociais ontem à noite. E a comoção de seus jovens fãs se espalhou pela Internet no mundo e no Brasil. Pré-adolescentes e adolescentes brasileiros, principalmente as garotas, seguem de perto cada movimento da pop star e alguns pais manifestaram nas redes sociais sua preocupação sobre como isso pode afetar seus filhos.

Confesso que quando eventos tão marcantes assim acontecem minha preocupação é encontrar a melhor forma de ajudar os adolescentes a refletirem sobre os fatos, as notícias e as consequências. Quase que imediatamente vem à minha mente o exemplo do apóstolo Paulo em Atos 17:16-33 nos mostrando como precisamos estar atentos à cultura para nos conectarmos com nossos ouvintes. Por isso pais, líderes, professores e pastores de adolescentes precisam ser pesquisadores e estudiosos da cultura adolescente se quiserem entender e serem entendidos pelos adolescentes. Então se você não sabe muito sobre Demi Lovato e sua triste história de vida é hora de conhecer e a Internet oferece muitos sites como este para sua pesquisa.

Essa tragédia na vida da jovem Demi Lovato pode dar início a algumas conversas importantes com nossos adolescentes. A questão da dependência química e suas consequências, por exemplo, pode e deve ser abordada. A luta da cantora contra a dependência é um triste exemplo do quanto é difícil vencer essa batalha. Pré-adolescentes e adolescentes estão expostos a todo tipo de substâncias lícitas e ilícitas que causam dependência e essas conversas com eles são muito importantes.

Demi também sofreu bullying por causa do seu peso na adolescência e diz que esses foram fatores que a levaram a ter suas primeiras experiências com álcool e drogas. Em tempos de Internet e de grande exposição nas redes socais o bullying tem tomado proporções gigantescas e deve ser um assunto discutido com nossos adolescentes. Devemos lembrar que eles tanto podem sofre bullying como praticar bullying com outros e as duas situações precisam ser abordadas.

O peso ou a aparência também são questões do cotidiano dos adolescentes principalmente nas redes sociais. Uma pesquisa realizada no Reino Unido mostrou que adolescentes e jovens estão sofrendo com ansiedade, depressão, autoestima baixa e falta de sono pelo excesso de uso de redes sociais. Adolescentes sofrem as consequências nocivas da grande exposição a imagens de corpos, maquiagens e cabelos perfeitos, roupas e outros bens de consumo dos sonhos, além de viagens fantásticas que estão totalmente fora do alcance deles. É o momento de abordarmos esses pontos com eles de uma perspectiva cristã.

E não seria esse também o momento de nos unirmos aos nossos adolescentes em oração pela vida de Demi Lovato?

19 Porque, embora seja livre de todos, fiz-me escravo de todos, para ganhar o maior número possível de pessoas. 

20 Tornei-me judeu para os judeus, a fim de ganhar os judeus. Para os que estão debaixo da lei, tornei-me como se estivesse sujeito à lei, (embora eu mesmo não esteja debaixo da lei ), a fim de ganhar os que estão debaixo da lei. 

21 Para os que estão sem lei, tornei-me como sem lei ( embora não esteja livre da lei de Deus, mas sim sob a lei de Cristo ), a fim de ganhar os que não têm a lei. 

22 Para com os fracos tornei-me fraco, para ganhar os fracos. Tornei-me tudo para com todos, para de alguma forma salvar alguns. 

23 Faço tudo isso por causa do evangelho, para ser co-participante dele. 

1 Coríntios 9:19-23

 

Série: O Que Eles Tem Na Cabeça? Depressão e Suícidio

depressão Image courtesy of tuelekza at FreeDigitalPhotos.net

Imagem cortesia de tuelekza de FreeDigitalPhotos.net

A mídia tem alertado pais e responsáveis sobre o Jogo da Baleia Azul. E há alguns dias noticiou o que teria sido a primeira morte causada pelo jogo no Brasil. Há muitas coisas a serem esclarecidas sobre o assunto.

Primeiro, não há comprovação de que o jogo (Blue Whale Game) tenha causado mais de 130 mortes de adolescentes na Rússia. O que realmente se tem de concreto é o suicídio de 3 adolescentes russas e o primeiro suicídio ocorreu em 2015. Segundo, infelizmente houve o suicídio de um adolescente de 13 anos em Nova Iguaçu, mas não há nada que ligue o trágico fato ao jogo. O adolescente enfrentava uma grave depressão.

O que sabemos de concreto é que a depressão e o suicídio entre adolescentes estão aumentando no Brasil e no mundo. No Brasil, de 2002 a 2012 houve um crescimento de 40% da taxa de suicídio entre crianças e pré-adolescentes com idade entre 10 e 14 anos. Na faixa etária de 15 a 19 anos, o aumento foi de 33,5%. A causa principal do suicídio entre os adolescentes é a depressão, que deve ser identificada e tratada. Segundo Dr. Daniel Siegel, o aumento da intensidade emocional na adolescência pode levar à impulsividade, à depressão e reações extremas como o suicídio. Dr. Siegel também alerta que a impulsividade pode transformar a busca por sensações em ação sem levar em conta as consequências.

Outro fato concreto é a tremenda popularidade que a série “13 Reasons Why” da Netflix13 reasons why está alcançando entre adolescentes e jovens. A série aborda assuntos importantes como bullying, assédio, estupro, falta de diálogo com a família, depressão e suicídio na adolescência. Mas depois de assistir alguns capítulos e a terrível cena do suicídio da personagem principal comecei a pensar sobre os danos que algumas cenas podem causar nos cérebros em desenvolvimento dos adolescentes.

A intenção da série é alertar sobre o suicídio na adolescência e recomendo que pais, professores e líderes de adolescentes assistam. Talvez os autor e produtores não tenham se preocupado com o fato do cérebro adolescente ser tão impressionável. A atenção que Hanna recebe após o suicídio e o planejamento do suicídio passo a passo acabam conferindo certo glamour ao suicídio. A adolescência é uma fase de muita vulnerabilidade e há o risco de adolescentes se identificarem de forma negativa com a personagem principal. Os assuntos tratados na série devem ser discutidos e acompanhados por pais e responsáveis.

Que nossos adolescentes possam lembrar-se do que diz o salmista:

Estavam famintos e sedentos; suas vidas iam-se esvaindo.
Na sua aflição, clamaram ao Senhor, e ele os livrou da tribulação em que se encontravam e os conduziu por caminho seguro a uma cidade habitada.
Salmos 107:5-7

Por que você deve assistir “Merlí”?

Merli-NetflixSe você nunca ouviu falar dessa série da Netflix não se sinta tão por fora. Infelizmente nossa mídia dá muita atenção para séries norte-americanas, como “13 Reasons Why”, e pouca atenção para séries europeias. Nada contra “13 Reasons Why”, até porque acho que todos que trabalham com adolescentes e pais de adolescentes devem assistir. Mas há muitas coisas interessantes como “Merlí”.

A série foi assunto do Caderno Cultura do O Estado de São Paulo e da Folha de São Paulo também. Ela conta a história de Merlí, um professor de filosofia, e o impacto que ele causa na escola e nos seus alunos do ensino médio e é uma série espanhola toda falada em catalão. Ainda estou assistindo a primeira temporada (são 3 temporadas até agora), mas a série me cativou tanto que tive que compartilhar aqui e explico porque você deve assistir também:

  1. Ela fala de adolescentes muito mais reais do que as séries mais populares e até do que a entediante Malhação. É interessante observar as relações entre eles, com seus pais e com seus professores.
  2. Ela fala da influência que Merli começa a ter sobre seus alunos, apesar da grande diferença de idade entre eles. Não quero dar nenhum spoiler aqui, mas Merli conquista seus alunos porque entende a cultura deles e sabe como estabelecer vínculos com eles. Conhecemos muitos professores assim, mas o que isso pode ensinar para os adultos que trabalham com eles nas igrejas? Por que não estamos mais influenciando nossos adolescentes nas igrejas?
  3. Merlí tem uma noção de ética muito complicada e que beira o mau-caratismo. A ideia de que não há certou ou errado é extremamente nociva para cérebros em desenvolvimento. Com certeza ele não é exemplo para ninguém, muito menos para os adolescentes. Mas quantas pessoas, como professores, técnicos, influenciadores digitais no Instagram e no Youtube, estão influenciando nossos adolescentes com ideias semelhantes? E o que os adultos da comunidade da fé podem fazer?
  4. Apesar de todos esses graves defeitos, Merlí que quer que seus alunos aprendam a pensar por si mesmos. Para ele os fins justificam os meios e acaba incentivando seus adolescentes a contestarem os valores e ideias dos pais. Queremos que nossos adolescentes pensem por si mesmos e desenvolvam uma fé cristã deles. Como fazer isso sem que eles acabem contestando a fé dos pais?
  5. A série não se aprofunda muito na filosofia,mas nos ajuda a pensar em como a filosofia pode perpassar todas as áreas da nossa vida.

Claro que não concordo com tudo o que a série traz, mas creio que ela pode ser uma grande oportunidade para refletirmos sobre os adolescentes, sua cultura e como podemos nos relacionar com eles para acolhe-los na comunidade da fé. Talvez esse post lhe traga muitas perguntas e poucas respostas e é essa a ideia.

Observe, reflita, repense e planeje como você pode se conectar melhor com seus adolescentes.

22 Para com os fracos tornei-me fraco, para ganhar os fracos. Tornei-me tudo para com todos, para de alguma forma salvar alguns.

1 Coríntios 9:22

Série: Adolescentes e as Redes Sociais Família e as Redes Sociais

As influências negativas das más companhias são conhecidas há muito tempo e a Bíblia nos traz textos que falam sobre isso (Provérbios 13:20; 1 Coríntios 15:33). Quando pensamos nas más companhias hoje, precisamos lembrar que esse universo se expandiu exponencialmente com a Internet, redes sociais e jogos online. Afinal, com quem ou com o quê nossos adolescentes passam a maior parte do seu tempo?

Se nossos filhos estão passando mais tempo online do que offline, também é inegável que nossa cultura está esquecendo o que é estar junto como família. Embora possamos culpar as múltiplas atribuições dos pais e filhos por isso, as telinhas de nossos smartphones são fatores quase que determinantes para isso.

O convívio com a tecnologia se tornou tão absurdo que aquilo que era atípico, virou normal, como filhos em seus quartos mandando mensagens de texto pela Internet para os pais que estão na sala. Isso pode parecer interação, mas não é uma interação real.

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Rakesh Thakkar e Sharmila Rao Thakkar participaram de um teste informal para medir a interação verbal com seus filhos Anika (5) e Shiv (2) com e sem smartphones e  laptops. Foto de Michelle Litvin para The New York Times, 2010.

Em uma cultura fragmentada como a nossa, crianças e adolescentes tem cada vez menos tempo de contato com adultos e não aprendem as regras e normas da sociedade. As redes sociais acabam piorando esse quadro porque através delas crianças e adolescentes estão aprendendo sobre interações sociais interpessoais sem a oportunidade de ter a influência das interações reais com adultos.

Adolescentes acabam sofrendo influência somente de outros adolescentes para determinar valores e praticas aceitos socialmente. Os pais ficam reduzidos ao papel de policiamento dos filhos. Essa diferença de valores, regras e normas aumenta a separação e fragmentação entre faixas etárias. Adolescentes formam microculturas que excluem os pais. Os pais precisam se tornar missionários nessas microculturas para entender e se engajar no mundo dos adolescentes.

A pesquisadora do MIT, Dra. Sherry Turkle, diz que “A tecnologia entra na vida de uma pessoa de uma forma negativa quando as relações pessoais não ocupam seu devido lugar”. E é isso que está acontecendo nas famílias por parte dos pais e por parte dos filhos. Ou não conhecemos pais que não desgrudam os olhos do celular?

Não podemos deixar que a tecnologia afaste as gerações e para isso as interações no mundo real precisam ser mais intencionais, graciosas e compreensivas.

Nosso foco tem que estar nas pessoas e a tecnologia digital deve ser mais uma ferramenta para a interação real.

Dicas

Participe – Muitos pais criticam as redes sociais, mas poucos estão dispostos a participar delas com o objetivo de interagir com seus filhos e não de vigiá-los. Precisamos entender a importância de participar com eles. Só assim poderemos ajudá-los a começar a formar um olhar crítico sobre essas coisas.

Dialogue – Conversas reais são muito importantes. Eles precisam ouvir como nós articulamos nossos pensamentos para que comecem a aprender a articular os deles. Assim eles não serão consumidores passivos de qualquer tipo de mídia. Eles aprenderão a questionar o que veem ou ouvem nas redes sociais.

Seja o exemplo – Não limite o tempo online apenas dos seus filhos. Limite o seu próprio tempo nas redes. Nossos filhos aprendem muito mais pelo nosso exemplo do que pelas nossas palavras.    

O nosso objetivo é ter um bom relacionamento com nossos filhos. A Internet, redes sociais e outras mídias permeiam nossas vidas e relacionamentos, mas não podem substituí-los.

Que a tecnologia não seja um divisor nas nossas famílias, mas uma plataforma onde a família pode se conectar e se beneficiar.

8Finalmente, irmãos, tudo o que for verdadeiro, tudo o que for nobre, tudo o que for correto, tudo o que for puro, tudo o que for amável, tudo o que for de boa fama, se houver algo de excelente ou digno de louvor, pensem nessas coisas.

Filipenses 4:8

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Série: Adolescentes e as Redes Sociais Adolescentes e as Redes Sociais

mensagem de texto adolescentes

Imagem cortesia de Ambro em  FreeDigitalPhotos.net

Os pais de adolescentes se perguntam por que seus filhos não falam ao telefone como eles faziam nessa idade. Na época deles uma das maiores preocupações dos pais era que os filhos mantivessem ocupada a única linha telefônica da casa e o preço da conta telefônica. Hoje nos preocupamos com o fato deles poderem perder a habilidade de conversar no mundo real e de olhar nos olhos das pessoas quando falam.

Nós não conseguimos acompanhar a vida digital deles. É muito difícil acompanhar o que eles fazem online porque a velocidade com que aparecem novas ferramentas digitais, aplicativos e outras tecnologias é muito grande. Esses avanços ajudam os adolescentes a diversificar suas práticas online e a mergulhar cada vez mais fundo no mundo digital.

Adolescentes estão passando do pensamento concreto da infância para o pensamento abstrato da vida adulta. Mas eles ainda não desenvolveram completamente o “eu interior” autônomo ou uma identidade central que integra os comportamentos deles nos vários contextos relacionais que vivem.

Eles já sabem que suas ações podem afetar os outros, mas ainda não tem a experiência de vida que nos dá uma perspectiva realista da complexidade e nuances da comunicação e dos relacionamentos humanos. Por isso podem acabar postando coisas que nos chocam.

Temos a expectativa de que os adolescentes devem agir como adultos no mundo digital. Mas eles ainda não são adultos e não estão cientes das consequências de suas interações online, especialmente com aqueles que não fazem parte do seu círculo de amigos mais chegados.

Likes

Vários estudos nos mostram como os cérebros dos adolescentes reagem nas redes sociais. Já sabemos, por exemplo, que os mesmos circuitos cerebrais que são ativados quando comem chocolate ou ganham dinheiro, também são ativados quando os adolescentes veem um grande número de “likes” numa foto que postaram ou que seus amigos mais próximos postaram numa rede social.

Um desses estudos foi feito com trinta e dois adolescentes de 13 a 18 anos no Centro de Mapeamento Cerebral da Universidade da California em Los Angeles – UCLA.

Ciclo da DopaminaOs “likes” promovem uma liberação de dopamina, e isso provoca um ciclo vicioso como o da droga: quanto mais você usa, mais quantidade seu corpo exigirá para se satisfazer. Isso explica a necessidade que eles sentem de compartilhar,  atualizar o status e visualizar todo o tempo suas postagens para ver o que os outros vão falar a seu respeito.

Para isso expõem o que estão sentindo, para onde estão indo, o que estão comendo e o que pensam. E vale até forjar a felicidade ou a desgraça no mundo virtual para conseguir um maior número de “likes”.

Não podemos dizer que já possa ser caracterizado como um vício, mas precisamos ficar muito atentos. O cérebro sofre um processo de amadurecimento que só é finalizado após os 21 anos. A região do córtex pré-frontal é a última área a se desenvolver completamente.  Essa região é responsável pelo nosso raciocínio lógico e também pelo controle dos impulsos, é nosso freio comportamental.

Nesse mesmo estudo, também se observou que os adolescentes acabam decidindo por dar “likes” em fotos com maior número de “likes”. Eles reagem de forma diferente quando percebem que outros gostaram ou não de determinada foto, como se fossem influenciados por pessoas que às vezes eles nem conhecem. Essa influência é potencializada no mundo real, por isso a pressão do grupo é tão forte.

Não é a tecnologia em si o que mais os atrai, mas sim o acesso que ela dá para que interajam com os amigos. Eles acham que as ferramentas digitais aumentam sua conectividade com os amigos, mas na realidade diminui.

Então disse Deus: “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança. Domine ele sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre os animais grandes de toda a terra e sobre todos os pequenos animais que se movem rente ao chão”. Gênesis 1:26

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Série: Adolescentes e as Redes Sociais Pré- Adolescentes e as Redes Sociais

Redes socias thesomeday1234

Imagem cortesia de thesomeday1234 em  FreeDigitalPhotos.net

A matéria de hoje Por que as redes sociais estão levando jovens a se matar? no UOL mostra mais uma vez um problema já discutido muito nesse blog: os riscos da Redes Sociais. Por isso começaremos hoje uma nova Série: Adolescentes e as Redes Sociais

A adolescência (a pré-adolescência é parte dela) é a fase da vida mais influenciada pela cultura e a cultura está em mudança constante. A cultura digital, com a Internet, aplicativos e redes sociais influencia os adolescentes de forma especial.

Pré-adolescência é uma etapa crítica do desenvolvimento. Há a construção de múltiplos “eus” que vão se encaixar nos diferentes papéis e relacionamentos que eles tem.

Quando eles desenvolvem o pensamento abstrato, eles não tem a capacidade de desenvolvimento cognitivo para integrar as abstrações que desenvolveram em cada “eu” que construiram socialmente. Cada “eu” é compartimentalizado. Isso leva à inconsistência no comportamento, mas também os protege de ter que lidar com o conflito de características opostas ou contraditórias.  Desenvolver múltiplos “eus” é um mecanismo de auto-proteção. Eles querem fugir das comparações na escola, nos esportes e até na igreja.

Eles estão preocupados como “como eu me vejo” e “como eu acho que os outros me veem”. As redes sociais são um terreno muito propício para alimentar essa preocupação dos pré-adolescentes. Também são propícias para que eles desenvolvam vários “eus” em seus perfis nas redes sociais.

Likes

Likes por David Castillo Dominici

Imagem cortesia de David Castillo Dominici em  FreeDigitalPhotos.net

 

Todo mundo gosta de receber likes, mas isso pode ter um lado negativo. Um estudo recente com pré-adolescentes de 13 anos, mostrou que eles ficam muito ansiosos para saber o que está acontecendo em suas redes sociais quando eles não estão olhando:

 

 

  • 61% querem ver se seus posts estão conseguindo “likes” e comentários.
  • 36% querem ver se seus amigos estão fazendo algo sem eles
  • 21% querem verificar se ninguém está dizendo coisas ruins sobre eles.

Ou seja, a maior motivação para postar e ficar checando suas redes sociais é ver como os outros estão reagindo ao que eles tem para dizer e mostrar.

As redes sociais são o pátio do recreio, o shopping para eles. É onde acabam interagindo e onde vão trabalhar no desenvolvimento de suas identidades. É por isso que eles se importam tanto com o que acontece nas redes sociais! Elas são alguns dos ambientes onde eles estão se perguntando “Quem eu sou?” e “A que lugar eu pertenço?”. É a mesma busca, mas em plataformas diferentes.

A princípio parece que são consumidos pela tecnologia. Mas a verdade é que as opções de lazer deles são mais influenciadas pelas suas famílias do que por algo tão abstrato como escolhas digitais. Até as amizades deles são influenciadas pela família. As amizades acabam se restringindo à família estendida, escola, atividades extracurriculares como a igreja e local onde moram.

PERGUNTA: Será que eles realmente preferem a interação online à interação no mundo real? Ou será que essa é única opção possível para eles?

Eles precisam de adultos que fazem parte do seu mundo offline para andar ao lado deles no mundo online. Um alto nivel de suporte adulto incondicional facilita a integração dos “eus”. Quando não tem esse suporte de adultos, o desenvolvimento cognitivo pode ser retardado e até da adolescência estendida.

Pré-adolescentes precisam de interação face a face, de conversa. Mas nossa cultura encoraja e manipula nossos pré-adolescentes a mergulharem fundo em todas as formas de atividades individualistas nas redes sociais e no entretenimento.

Pré-adolescentes precisam de adultos fiéis e comprometidos a serem presentes na vida deles. Essa tarefa é primordialmente da família,que precisa do apoio da comunidade da fé.  A igreja, como família de Deus, está estrategica e teologicamente em condições de prover esse suporte incondicional através de uma rede de apoio formada por adultos. 

19 Portanto, vocês já não são estrangeiros nem forasteiros, mas concidadãos dos santos e membros da família de Deus,                                                                                         Efésios 2:19

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A Cultura do (Não) Gênero

Gênero Diferença

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As questões de gênero e ideologia de gênero voltaram a ser assuntos muito comentados com as reações à palestra de Judith Butler essa semana no SESC em São Paulo.

Cromosoma-X-GenagenButler, que escreve sobre temas polêmicos, é uma das maiores defensoras da ideologia de gênero. Apesar de admitirem que biologicamente só existam 2 sexos determinados pelos nossos cromossomos, os defensores dessa ideologia afirmam que gênero é diferente do sexo biológico e eles podem ou não estar em concordância. Para eles, gênero é resultado de uma construção social, cultural e familiar. Por isso defendem que crianças devem ser ensinadas e educadas num gênero neutro para que possam mais tarde escolher seu gênero.

Com o objetivo de defender a liberdade de escolha, a indefinição de gênero pode acabar impondo a cultura do “não gênero” às gerações mais novas. A formação do gênero sofre influencia da cultura, do meio, da família, da educação, mas também dos genes de cada indivíduo. A maior liberação de hormônios sexuais se dar a partir da puberdade, mas há influência hormonal desde a formação do feto.

Segundo seus adeptos essa ideologia celebra a diversidade, mas na verdade ela despreza a grande diversidade entre o masculino e o feminino. Nas suas diferenças homem e mulher são frutos de um Deus criativo e nas suas similaridades são frutos de um Deus que é amoroso e compassivo com todos os seus filhos.

Não há como negar as diferenças internas e externas entre o corpo do homem e o corpo da mulher. Elas estão presentes nos órgãos sexuais, na genitália, na estrutura óssea, na distribuição da gordura corporal, no desenvolvimento da musculatura, nas feições e até mesmo no cérebro. Como não se maravilhar com a capacidade do corpo da mulher em gestar e nutrir uma nova vida! É inegável a maior força e velocidade dos corpos masculinos nas competições esportivas, assim como a maior flexibilidade e coordenação de movimentos finos dos corpos femininos.

Que possamos celebrar as diferenças entre homem e mulher porque elas não nos afastam, mas nos completam como criação de Deus!

Criou Deus o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou.

Gênesis 1:27

Links interessantes:

Halloween tropical: certo ou errado?

Há alguns anos o Halloween, festa tradicional da cultura norte-americana, tem sido comemorado no Brasil. E há alguns anos a polêmica em torno do assunto está nas redes sociais, blogs, vlogs e sites cristãos. O que mais me inquieta nessa polêmica é o tom da discussão, que dita regras do que não se pode ver, não se pode fazer e do que não se pode beber ou consumir. É o que o filósofo americano Dallas Willard muito bem denominou como o “evangelho de administração do pecado” em sua obra Conspiração Divina. “A história nos levou ao ponto em que se considera que a mensagem cristã trata essencial e exclusivamente dos meios de lidar com o pecado: de atos ou atitudes erradas e as suas consequências… A transformação da vida e do caráter simplesmente não faz parte da mensagem redentora.” (A Conspiração Divina, pg 61)

Num mundo globalizado como o nosso, estamos sempre sob a influência de outras culturas. Se hoje a bola da vez é o Halloween, sabemos que outras influências culturais surgem continuamente. A adolescência (10 à 19 anos) é a fase do desenvolvimento humano mais influenciada pela cultura, daí a importância de temas culturais para pais e líderes de adolescentes. (Como diz John Santrock: “a adolescência começa na biologia e termina na cultura”.) Páginas e páginas escritas sobre se o cristão pode ou não pode comemorar o Halloween de nada servirão para ajudar nossos adolescentes a enfrentarem os desafios diários para viver o verdadeiro cristianismo.

É urgente que preguemos ao mundo e às novas gerações, o Evangelho que transforma vidas! O Evangelho que nos ensina que cada decisão, cada ação e cada pensamento nosso devem estar firmados naquele em quem confiamos, Jesus Cristo! (João 6:28,29)  Não será a falta do ensino do verdadeiro Evangelho o fator responsável para que sintamos que nossa fé é ameaçada por uma data como o Halloween ou por um programa de TV?

Confesso que me preocupo mais com o que acontece com a vida dos cristãos nos outros 364 dias do ano do que no Halloween. O que nós cristãos estamos ensinando para as novas gerações sobre ter uma vida séria com Deus na nossa vida diária? Como eu gostaria de ver posts e vídeos inflamados de cristãos sobre amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo! Posts sobre colocar a nossa fé e esperança somente em Cristo Jesus!

A pergunta que devemos fazer não é sobre o Halloween ser certou ou errado. A pergunta que devemos nos fazer é sobre quando iremos começar a viver e ensinar às novas gerações o verdadeiro cristianismo e não apenas o que não fazer.

Vocês, que procuram ser justificados pela lei, separaram-se de Cristo; caíram da graça.
Pois é mediante o Espírito que nós aguardamos pela fé a justiça que é a nossa esperança.

Porque em Cristo Jesus nem circuncisão nem incircuncisão têm efeito algum, mas sim a fé que atua pelo amor.
Gálatas 5:4-6

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