Adolescentes e Álcool: Mistura que Não Desce Redondo (Parte 2)

O alcoolismo entre adolescentes e jovens tem proporções epidêmicas no Brasil e a Igreja Brasileira precisa começar a agir imediatamente. Não podemos esquecer as outras drogas, mas é muito importante lembrar que nossos jovens não são bombardeados por comerciais de cocaína, crack ou maconha na TV, revistas ou Internet. Mas eles são constantemente bombardeados por comerciais muito bem feitos de bebidas alcoólicas, onde os famosos e jovens aparecem se divertindo em lugares maravilhosos e em situações incríveis. Tudo parece dizer: beba, pois beber é ótimo.

Como prometi no último post, aqui vão mais dicas para lutar contra essa epidemia.

  • Ensine que a Bíblia não proíbe o consumo de bebidas alcoólicas pelos cristãos. Embora muitos cristãos pensem assim, as Escrituras não trazem essa proibição ou o primeiro milagre de Jesus ao transformar água em vinho seria uma total incoerência (João 2:1-11). A Bíblia nos adverte a nos mantermos longe do álcool para evitarmos a embriaguez (Pv 20:1; 23:29-35 ; Efésios 5:18), que é condenada por Deus. Entretanto pela lei brasileira, como já dissemos no post anterior, bebidas alcoólicas são proibidas para menores de 18 anos e isso não se discute.
  • Traga pessoas que já tiveram problemas com álcool para dar seu testemunho para os adolescentes.  Essas histórias podem ser muito fortes e tristes, mas tem um impacto tremendo para os adolescentes e jovens. Eles poderão ouvir e ver o potencial de destruição que o álcool tem em vidas de pessoas como eles. Vídeos e filmes sobre histórias reais também podem ajudar.
  • Trabalhe em conjunto com os pais para que eles saibam como lidar com seus filhos em casa. Não me compreendam mal, mas é papel dos pais “ensinar” seus filhos a beberem com responsabilidade ao invés de os atirarem ao mundo aí fora sem nenhuma instrução. Dr. Paul Steinberg, um psiquiatra de Washington diz que a idade mais perigosa para um jovem é aquela em que ele pode beber álcool legalmente sem qualquer supervisão (21 anos nos EUA). Muitos jovens caem com tudo na bebida e por isso ele sugere que os pais comecem a introduzir o vinho nas refeições em família como prevenção à esse tipo de comportamento.

Dr. George E. Vaillant, um professor de psiquiatria na Harvard University, publicou The Natural History of Alcoholism (A História Natural do Alcoolismo) em 1983 onde comparou 136 homens alcoólatras com homens que não eram alcoólatras. Aqueles que cresceram em famílias onde o álcool era proíbido na mesa, mas era consumido fora de casa sem a comida, tornaram-se alcoólatras 7 vezes mais do que aqueles que vieram de famílias onde o vinho era servido nas refeições, mas bebedeiras não eram toleradas de forma alguma.

É claro que em famílias onde o alcoolismo já é um problema conhecido, esse procedimento não deve ser empregado, pois é cientificamente sabido que há uma predisposição genética para o alcoolismo.

Talvez esse procedimento possa causar espanto ou escândalo para alguns de vocês, mas preciso dizer que foi esse o procedimento que meu marido e escolhemos para nossa família. Perto dos 18 anos, nossos 3 filhos começaram a ter acesso a uma limitada quantidade de bebida alcoólica sob a nossa supervisão durante as refeições. E bebedeiras eram terminantemente proibidas. Escolhemos fazer isso sem conhecer essas pesquisas, mas porque fomos educados assim e os resultados foram bons em nossas famílias de 4 e 5 filhos.

Meus filhos podiam ir às festas desde os 15 anos com a condição de que nós fossemos buscá-los, pois assim poderíamos checar se eles haviam bebido ou não. Eles sabiam que uma bebedeira não seria tolerada e apenas 1 deles quebrou nossa confiança e bebeu demais uma vez aos 17 anos. Por isso ficou sem sair por 3 meses justamente numa época de festas de formatura, que ele perdeu sob protestos, choros e até greves de fome, mas perdeu e aprendeu.

  • Encontre voluntários que possam estar mais próximos dos seus adolescentes. Há uma grande chance de que metade dos adolescentes do seu grupo esteja enfrentando problemas com álcool, mas fica muito difícil detectar isso num grupo grande. Por isso, precisamos muito de adultos ou jovens adultos cristãos com uma vida séria com Deus que possam acompanhá-los mais de perto. Ore e procure por essas pessoas. Ore para que a sua congregação entenda que a geração mais velha é sim responsável pela geração mais nova (Juízes 2:10)
Lutar contra a epidemia do alcoolismo entre os adolescentes não é fácil, mas é nossa tarefa e com a ajuda de nosso Deus e joelhos no chão precisamos continuar nessa luta!

Adolescentes e Álcool: Mistura que Não Desce Redondo (Parte 1)

Num mundo de tantas tragédias, como a do Massacre em Realengo, pensei que não me comoveria facilmente tão cedo, mas o programa Profissão Repórter do dia 19/04 sobre Jovens e Consumo de Álcool no Brasil me deixou profundamente triste e preocupada. Não assisti à um massacre, mas vi milhares de jovens e adolescentes destruindo lentamente suas vidas e seus futuros através do consumo excessivo de álcool. Se você não assistiu ao programa, só vai ter a real dimensão do que eu estou falando assistindo as cenas chocantes na Internet.

As pesquisas mostram que no Brasil, dos adolescentes entre 12 e 17 anos, 48,3%, já beberam alguma vez na vida. Desses, 14,8% bebem regularmente e 6,7% são dependentes de álcool.

Além disso, 46% dos adolescentes entre 14 e 17 anos consomem bebidas alcoólicas no nosso país. O dado é de um estudo recente da ONU, que mapeou a ingestão de álcool entre os jovens de nove países da América Latina. Ficamos atrás apenas da Colômbia, com 51,9%, e do Uruguai, com 50,1%.

O alcoolismo entre jovens e adolescentes no Brasil se transformou numa epidemia, mas nem tudo está perdido. Podemos e devemos combater o mais depressa possível essa praga que está destruindo nossos adolescentes e jovens. O jornal gaúcho Zero Hora publicou em uma edição recente que Pesquisa feita nos Estados Unidos mostra que o envolvimento religioso pode diminuir o uso abusivo de álcool na juventude”.

Então minha grande pergunta é: O que a Igreja Brasileira está fazendo para combater isso? Qual é a diferença que a Igreja está fazendo nas vidas desses adolescentes e jovens no combate ao alcoolismo? 

Tenho algumas contribuições para que possamos começar a pensar e discutir esse assunto tão importante:

  • Reconheça que o problema existe e está afetando nossos adolescentes. Se 46% dos adolescentes consomem bebidas alcoólicas regularmente, esse problema deve está acontecendo dentro de nossas Igrejas e lares. Não podemos nos enganar e achar que estamos imunes ou distantes do problema.
  • Comece a discutir o assunto o mais cedo possível. O problema do alcoolismo deve ser tratado já com pré-adolescentes ou com a galerinha à partir dos 10 anos. Outro dia, lendo um artigo do Dr. Walt Mueller, um estudioso da cultura teen nos EUA, ele dizia que falamos muito para as crianças sobre drogas, para não aceitarem doces ou bebidas de estranhos, mas acabamos deixando de falar do álcool, que é provavelmente a primeira droga à que elas terão acesso. Além disso, as pesquisas mostram que adolescentes que começaram a beber antes dos 15 anos tem 5 vezes mais propensão a se tornarem alcoólatras do que os jovens que tem o primeiro contato com a bebida depois da maioridade.
  • Converse abertamente com eles sobre a lei da proibição de bebidas alcoólicas para menores de 18 anos e os danos que a bebida causa ao cérebro em crescimento. É importante que eles saibam que em nosso país é proibido por lei o consumo de bebidas alcoólicas por menores de 18 anos, estejam eles acompanhados ou não de um maior de idade. Como cristãos devemos obedecer a lei e não cabe discutir se ela é justa ou não. (Rm 13:1-3) Mas essa lei também tem um embasamento científico, pois é comprovado que o álcool pode trazer danos irreversíveis à saúde do menor de 18 anos.
Há ainda muito o que discutir sobre esse assunto e muitas mais dicas para dar aos líderes e pais. Portanto, resolvi dividir esse post em 2 partes e na parte 2 vou dar mais dicas e compartilhar mais as minhas experiências de mãe de 3 jovens que já passaram por esse doce, mas conturbado período da adolescência e também tiverem que enfrentar essa tentação e pressão do grupo em relação ao álcool. Também vou propor uma enquete e sua participação é muito importante. Perguntas e outras contribuições também são importantes para a Parte 2 desse Post, portanto sinta-se a vontade para participar.

Qual é o Significado da Páscoa para os Adolescentes?

Estamos nos aproximando da Páscoa e vocês, líderes e pais já devem ter planejado como vão celebrar essa importante data para os cristãos com seus adolescentes ou com seus filhos. Mas fico me perguntando se eles entendem o real significado dessa data ou se ele se perdeu em meio a tantas vozes diferentes que escutamos hoje? (Chocolate, coelho da Páscoa, Feriadão, Promoção de Páscoa)

A religião oficial de nosso país é uma religião cristã, mas muitas vezes tenho a triste impressão que a Páscoa se tornou mais um grande feriadão, que esse ano se junta a outro feriado, o de 21 de abril (Dia de Tiradentes). Como estamos celebrando a Páscoa em nossas igrejas e em nossas famílias? Para vocês ela é ou não a data mais importante do calendário cristão?

A Páscoa deveria ser a data mais importante do calendário do cristão, pois é nesta data que relembramos o momento que Deus escolheu para restabelecer o relacionamento conosco para sempre. Foi nessa hora que  Jesus recebeu a punição que deveria ser nossa. Ele tinha que  morrer por pessoas que não entendiam e que até hoje não entendem o que Ele estava fazendo por elas. Ele estava salvando as pessoas que cressem nele da condenação eterna, do afastamento eterno de Deus. Por isso, Jesus morreu pelo peso dos pecados de toda a humanidade, tomou o nosso lugar na cruz e morreu em nosso lugar.

Num tempo onde nossos adolescentes assistem tantas pessoas morrerem por causas em que acreditam, muitas vezes matando outras pessoas com elas, isso poderia até ser algo comum. Mas a grande diferença é que Jesus foi o único que morreu e ressuscitou. Ele ressurgiu dos mortos. Por isso nós celebramos a Páscoa. Ao ressurgir dos mortos, Jesus provou-nos que Ele é o Filho de Deus. E podemos celebrar porque Ele está vivo!

Na Páscoa não celebramos a morte de Jesus, pois isso além de estranho seria mórbido.  Mas celebramos a sua ressurreição, pois se Jesus não tivesse ressuscitado, tudo o que ele fez ou falou em vida não teria nenhum sentido. Nossa fé cristã não teria sentido. Mas como algo tão abstrato pode ser compreendido principalmente pelos mais novos, ou os pré-adolescentes?

Tenho algumas dicas para ajudar nessa tarefa:

  • Esse vídeo, mostra de uma forma concreta e atual, o que de certa forma aconteceu quando Deus deu seu Filho Jesus para morrer na cruz por nós. Esse clip faz parte de um curta metragem filmado na República Checa em 2004 e vencedor de muitos prêmios. Vocês podem usar os textos de João 1920 para contar a história da morte e ressurreição de Jesus e utilizar o vídeo para explicar seu significado. Clique aqui para assistir.
  • O filme A Paixão de Cristo ou algumas cenas dele também podem ser muito interessantes para contar s história da morte e ressurreição de Jesus. Apesar de já ter ouvido de alguns pais que as cenas são muito fortes e intensas, sabemos que o sofrimento de Jesus foi ainda maior e nossos adolescentes infelizmente estão acostumados a assistir cenas muito mais violentas e sem sentido.
  • Um devocional simples e curto para os adolescentes durante a semana que antecede a Páscoa. Esse devocional pode também ser usado pela família toda, principalmente dos pré-adolescentes e para as famílias com filhos mais novos. Durante alguns anos utilizei esse devocional abaixo e estou disponibilizando-o  para que vocês possam utilizá-lo em suas igrejas ou com suas famílias.

DIA

TEXTO

Domingo

Entrada em Jerusalém: Marcos 11:1-10

Segunda

Judas trama contra Jesus: Mateus 26:1-16

Terça

Última ceia: Mateus 26:26-30

Quarta

Jesus no Getsêmani: Mateus 26:36-46Jesus é traído e preso: Lucas 22:47-65

Quinta

Julgado pelos judeus: Mateus 27:11-31Julgado por Pilatos: João 19:1-16

Sexta

Jesus é Crucificado: Mateus 27:32-54Jesus é Enterrado: Mateus 27:57-61

Sábado

A Guarda do Sepulcro: Mateus 27:62-66

Domingo

O Sepulcro Vazio: Mateus 28:1-8Jesus aparece aos Discípulos: Lucas 24:36-48
E por fim, mas o mais importante, ore para que nessa Páscoa seu grupo de adolescentes ou seus filhos possam compreender o real significado dessa data para o cristão. 

O Bullying é Assunto para a Igreja

Cartaz da Campanha Contra o Bullying em 2010

A tragédia da semana passada no Brasil nos fez retomar a discussão de vários assuntos na sociedade em geral, nas escolas e nas mídias. E as igrejas não podem ficar de fora desses debates. Como as próprias cartas de Paulo nos mostram, ele tratava de assuntos que estavam no dia a dia da vida das pessoas das igrejas do primeiro século. E precisamos continuar tratando desses assuntos da vida diária à luz da Palavra de Deus, principalmente para nossos pré-adolescentes e adolescentes que perceberão muito mais facilmente a importância da Bíblia para suas vidas à partir da sua aplicação prática.

O problema do bullying e o seu combate já são tratados em nosso meio há algum tempo como mostra esse cartaz ao lado de uma campanha veiculada o ano passado contra o bullying. Sabemos que esse problema sempre existiu, mas ultimamente ganhou novos contornos ao se tornar mais violento e ao alcançar o mundo digital. O cyber bullying não se restringe ao ambiente da escola, do clube, do prédio, mas está aí na rede, 24 horas por dia para o mundo inteiro ver.  Há cerca de 1 mês atrás, um dos vídeos mais assistidos na Internet foi o vídeo no qual um garoto gordinho vítima de bullying na Austrália, finalmente dá o troco em seus agressores e o mundo inteiro assistiu.

Há várias formas, locais e tipos de bullying, mas quero me limitar a tratar do bullying na igreja. Bullying na igreja? A igreja não deveria ser um lugar de refúgio, de acolhimento, onde nossos adolescentes estivessem livres dessa espécie de praga que assola nosso mundo? DEVERIA, mas se você trabalha com essas faixas etárias na igreja, sabe muito bem que não é, infelizmente.

O que nós líderes podemos fazer diante de um quadro tão desanimador? Sabemos que o verdadeiro cristianismo é uma contracultura, portanto, mudar esse tipo de valores faz parte do pacote. Ninguém disse que iria ser fácil, mas temos o Todo-Poderoso, Deus do Universo jogando no nosso time, então vamos lá.

  • Faça com que o seu grupo tenha a consciência do que é ser Corpo de Cristo. Isso é muito significativo, porque quando se desenvolve essa consciência, não se machuca propositalmente o pé ou a mão. Nem se programa algo muito legal e se deixa a perna direita de fora. Os capítulos 12 à 14 de 1 Coríntios são essenciais para se formar essa consciência. Isso não quer dizer que não se formarão grupinhos de maior afinidade, mas o objetivo é gerar um cuidado maior uns com os outros, para que ninguém se sinta excluído ou ferido.

É bom lembrar que alguns adolescentes podem realmente ser mais difíceis e cabe aos líderes adultos promover essa integração, usando todos os recursos que tiverem ao seu alcance, sem pressa e acima de tudo com muito amor.

  • Trabalhe os elogios no seu grupo. Nós, e principalmente essa galera de 11 a 17 anos é rápida para condenar e rotular tudo o que sai do padrão: os muito magros, os muito gordos, os muito baixos, os muito altos, os com óculos, com aparelhos dentários maiores que a média, o que foi um dia com uma roupa estranha, enfim, tudo o que sai do padrão é condenado. E alguns estudos dizem que para cada palavra negativa que ouvimos é preciso 10 palavras positivas para apagar o efeito que aquela palavra negativa deixa em nós.

Nossa tendência não é elogiar, por isso, precisamos criar dinâmicas, exercícios e acima de tudo dar o exemplo para que isso aconteça em nosso grupo. Hebreus 3:13 fala sobre isso.

  • Incentive o seu grupo a agir. Se eles se comprometerem a não praticarem o bullying já será uma ação com reflexos enormes. Com isso eles estão fazendo diferença na vida de muitos e isso gera uma reação em cascata. Além disso eles também podem intervir quando perceberem que outros estão praticando o bullying ao invés de se juntar ao grupo e  engrossar o coro. A tarefa não é fácil, principalmente nos tempos em que vivemos, mas o texto de uma das cartas de Paulo pode ser chave para isso:

“Se por estarmos em Cristo, nós temos alguma motivação, alguma exortação de amor, alguma comunhão no Espírito, alguma profunda afeição e compaixão, completem a minha alegria, tendo o mesmo modo de pensar, o mesmo amor, um só espírito e uma só atitude.

Nada façam por ambição egoísta ou por vaidade, mas humildemente considerem os outros superiores a si mesmos. Cada um cuide, não somente dos seus interesses, mas também dos interesses dos outros.

Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus,”  Filipenses 2:1-5

E então, aceita o meu desafio de trabalhar essa questão com o seu grupo? AFINAL ESSA É A GERAÇÃO QUE PODE MUDAR O MUNDO!

Mais Respostas às Perguntas sobre o Massacre no Rio de Janeiro

Pergunta: E se perguntarem se aquele homem é culpado?
Resposta: Sim, ele é culpado. Cometeu crimes, matou pessoas e isso tanto é um pecado como é crime pelas leis do nosso país.

Pergunta: Se a doença dele é real? Ele é louco? Ele tem problemas? Ele realmente é doente?
Resposta: Para responder essa pergunta entramos no campo das suposições, mas tudo nos leva a concluir que ele tinha um distúrbio mental, pois tinha um histórico complicado e alguém com saúde mental perfeita não cometeria tal ato.

Pergunta: Como tratamos biblicamente essas pessoas que alguns dizem ter esses distúrbios? Ele pecou? A doença dele abona a atitude?
Resposta: Tratamos a doença dele como tratamos as outras doenças. As doenças existem porque vivemos num mundo que jaz no maligno desde Gênesis 3. Há milhares de pessoas com doenças mentais em nosso país, mas quantas delas saem por aí matando pessoas, adolescentes? Na ocasião do massacre de Columbine em 1999, li na revista Christianity Today que a violência é muito mais uma doença da alma do que do cérebro. Esse assassino passou por essa escola, por outra escola de ensino médio, por um emprego e apesar de seu comportamento “esquisito” não recebeu tratamento para sua doença mental. A doença dele não abona a atitude dele, pois sabemos que Hitler também tinha distúrbios mentais e outros assassinos que cometeram atos parecidos em outros países também. Todos eles são culpados diante de Deus e diante da lei.

Mas acho muito importante tirarmos o foco do assassino e voltarmos o nosso foco para as pessoas que sofrem nesse momento. Saber porquê ele fez isso ou condená-lo ou absolvê-lo não vai nos acrescentar nada, Mostre aos seu grupo de crianças ou adolescentes que ao fazer isso, estamos querendo “dar uma de Deus”. Vamos deixar o assassino e suas implicações com Deus. Vamos focar nas suas vítimas, com orações, mensagens de encorajamento, fortalecimento e mostrar à eles que nesses momentos de dor Deus está ao lado deles, enxugando suas lágrimas, consolando seus corações aflitos e trazendo a paz que excede todo entendimento.

Como Ajudar a Garotada a Lidar com a Tragédia da Escola no Rio de Janeiro

Hoje o Brasil parou e se comoveu com a tragédia na Escola Municipal Tasso da Silveira no Rio de Janeiro. As estações de TV, rádio e Internet não pararam de dar informações, mostrar imagens e entrevistas durante o dia todo. Vivemos quase que em tempo real todo o drama daqueles adolescentes e suas famílias.

Além do sentimento de dor e compaixão também fui tomada pela preocupação: como nossas crianças e adolescentes vão lidar com uma tragédia tão próxima de deles e de parte tão importante do dia a dia deles,  que é a escola. É nesses momentos de crises que líderes critãos e pais devem buscar na Bíblia as respostas para as dúvidas que surgirão.

Se vocês estão preocupados em como começar a abordar o assunto com seu grupo de adolescentes ou seus filhos, podem deixar essas preocupações de lado. As perguntas e questionamentos virão naturalmente da parte deles: “Por que Deus deixou que aquelas crianças morressem?” “Onde Deus estava quando aquele assassino estava atirando em todo mundo?” “Como posso ter certeza que isso não vai acontecer na minha escola?” Preparem-se para as perguntas e conversas com a ajuda dessas dicas:

  1. Estejam dispostos a conversar sobre a violência com eles. Permitam que eles falem sobre a violência e sobre o que mais os deixou assustados ou preocupados. Muitas vezes as crianças e adolescentes tem a tendência a fantasiar e achar que os mesmos atos de violência vão acontecer com eles.
  2. Não substimem o medo deles e reafirmem a proteção que Deus nos dá. Entendam os medos deles, que são reais e tem fundamento, mas lembrem-nos de que Deus está sempre com eles. Leiam alguns versículos com eles como Sl 23:4, Sl 27:1-3 e Is 43:1.
  3. Estejam atentos às questões espirituais deles. Situações de crises vão trazer à tona as questões que eles tem sobre Deus, Jesus, fé, sofrimento e morte. Estejam preparados para responder perguntas como “Por que Deus permite que coisas ruins aconteçam à pessoas boas?” E para dar respostas como “Ó profundidade da riqueza da sabedoria e do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e inescrutáveis os seus caminhos!”Quem conheceu a mente do Senhor? Ou quem foi seu conselheiro? ” Romanos 11:33-34
  4. Orem por todos aqueles que foram afetados pela tragédia. É uma boa oportunidade para encorajar as crianças e adolescentes a orarem. Isso ajuda a reforçar a fé deles no amor e no poder de Deus para curar aqueles que foram feridos.

Uma Geração em Ação

Adolescentes trabalhando num dos projetos do Group Work Camps

Escrevo esse post sabendo que muitos podem torcer o nariz e dizer “lá vem a Ana de novo com essas coisas dos americanos”. Confesso à vocês que muitas coisas que vejo por lá não tem o menor sentido para nós, mas outras coisas simplesmente me fascinam. E os projetos missionários para a galera à partir dos 10 anos de idade é uma dessas coisas.

No período de férias e feriados ficamos quebrando a cabeça para entreter melhor nossos pré-adolescentes e adolescentes nos acampamentos. O que será mais divertido? O que eles vão curtir? Será que vão ficar entediados? Não podemos ser repetitivos, precisamos criar coisas novas para cada temporada. Por favor, não me entendam mal. Não sou contra a galera se divertir e até gosto de me divertir com eles, mas acho que eles já tem diversão suficiente.

Está na hora, ou até já passou da hora , de aproveitarmos esses momentos para ensinar essa galera a SERVIR. Sim, a mostrar o amor de Deus e a refletir Jesus para o mundo através de ações. Lembrem-se do que Tiago 1:27 diz “A religião que Deus, o nosso Pai aceita como pura e imaculada é esta: cuidar dos órfãos e das viúvas em suas dificuldades e não se deixar corromper pelo mundo.” Aliás, poderíamos criar mais momentos em que nossos adolescentes e pré-adolescentes possam experimentar e viver o Evangelho descrito em Tiago 1 e 2.

Quando conheci em 2009 o Group Work Camps e depois em 2010 o projeto 1 By Youth fui tomada por um misto de emoções: fiquei imediatamente apaixonada por essas idéias e com uma “santa inveja” por não termos nada parecido por aqui. Mas ao ouvir esse ano na SYMC como surgiu o Group Work Camps, tomei coragem e resolvi escrever sobre isso e lançar a semente no coração de líderes brasileiros para que juntos possamos fazer algo assim.

Todo esse trabalho começou lá pela necessidade do momento, quando numa enchente, uma comunidade bem próxima da editora Group, no Colorado,  foi severamente atingida, com grande número de mortos e destruição quase total das residências. A editora de mobilizou e contatou as igrejas da região, recrutando adolescentes para ajudar no trabalho de reconstrução. E hoje esse trabalho se espalha por comunidades carentes de todos os Estados Unidos. Mas o que diferencia esse trabalho é que eles não apenas falam de Jesus para essas pessoas, eles mostram Jesus para essas pessoas com pás, martelos, tijolos, cimento, madeira, pregos, tinta, abraços e amor. Visite o link do Group Work Camps e assista o vídeo de divulgação do trabalho. Você não precisa entender inglês, pois as imagens transmitem a mensagem. Ao final há o depoimento de um garoto que diz que nesse Acampamento de Trabalho ele descobriu que não é apenas um garoto, mas é alguém com capacidade para fazer diferença no mundo. ESSE É O CHAMADO DO CRISTÃO.

Adolescentes trabalhando num projeto do 1 By Youth

O projeto 1 By Youth também foi criado pelo Group Work Camps, mas seu objetivo é reunir num único dia, vários ministérios de adolescentes de uma cidade ou região para trabalhar numa vizinhança carente, cuidando de residências, parques, escolas e até creches. É um grande mutirão que reúne centenas de adolescentes com o propósito de fazer diferença numa comunidade mostrando Jesus através de ações e não somente de palavras. No site do 1 By Youth você pode saber mais detalhes, assistir ao vídeo, ver fotos dos projetos e ler testemunhos de pessoas que foram impactadas pelo trabalho e dedicação desses adolescentes. Além, é claro da mudança de vida que os adolescentes tiveram depois dessa experiência.

Eu tenho muitos sonhos para a Nova Geração, mas não posso realizá-los sozinha. Além da ajuda de Deus preciso de outras (de muitas) pessoas. Portanto, gostaria muito que vocês lessem esse post com muito carinho, acessassem os links indicados e sonhassem comigo: VER ESSA NOVA GERAÇÃO EM AÇÃO E FAZENDO DIFERENÇA EM NOSSO PAÍS.

Quantos sonhadores há entre nós?