O alcoolismo entre adolescentes e jovens tem proporções epidêmicas no Brasil e a Igreja Brasileira precisa começar a agir imediatamente. Não podemos esquecer as outras drogas, mas é muito importante lembrar que nossos jovens não são bombardeados por comerciais de cocaína, crack ou maconha na TV, revistas ou Internet. Mas eles são constantemente bombardeados por comerciais muito bem feitos de bebidas alcoólicas, onde os famosos e jovens aparecem se divertindo em lugares maravilhosos e em situações incríveis. Tudo parece dizer: beba, pois beber é ótimo.
Como prometi no último post, aqui vão mais dicas para lutar contra essa epidemia.
- Ensine que a Bíblia não proíbe o consumo de bebidas alcoólicas pelos cristãos. Embora muitos cristãos pensem assim, as Escrituras não trazem essa proibição ou o primeiro milagre de Jesus ao transformar água em vinho seria uma total incoerência (João 2:1-11). A Bíblia nos adverte a nos mantermos longe do álcool para evitarmos a embriaguez (Pv 20:1; 23:29-35 ; Efésios 5:18), que é condenada por Deus. Entretanto pela lei brasileira, como já dissemos no post anterior, bebidas alcoólicas são proibidas para menores de 18 anos e isso não se discute.
- Traga pessoas que já tiveram problemas com álcool para dar seu testemunho para os adolescentes. Essas histórias podem ser muito fortes e tristes, mas tem um impacto tremendo para os adolescentes e jovens. Eles poderão ouvir e ver o potencial de destruição que o álcool tem em vidas de pessoas como eles. Vídeos e filmes sobre histórias reais também podem ajudar.
- Trabalhe em conjunto com os pais para que eles saibam como lidar com seus filhos em casa. Não me compreendam mal, mas é papel dos pais “ensinar” seus filhos a beberem com responsabilidade ao invés de os atirarem ao mundo aí fora sem nenhuma instrução. Dr. Paul Steinberg, um psiquiatra de Washington diz que a idade mais perigosa para um jovem é aquela em que ele pode beber álcool legalmente sem qualquer supervisão (21 anos nos EUA). Muitos jovens caem com tudo na bebida e por isso ele sugere que os pais comecem a introduzir o vinho nas refeições em família como prevenção à esse tipo de comportamento.
Dr. George E. Vaillant, um professor de psiquiatria na Harvard University, publicou The Natural History of Alcoholism (A História Natural do Alcoolismo) em 1983 onde comparou 136 homens alcoólatras com homens que não eram alcoólatras. Aqueles que cresceram em famílias onde o álcool era proíbido na mesa, mas era consumido fora de casa sem a comida, tornaram-se alcoólatras 7 vezes mais do que aqueles que vieram de famílias onde o vinho era servido nas refeições, mas bebedeiras não eram toleradas de forma alguma.
É claro que em famílias onde o alcoolismo já é um problema conhecido, esse procedimento não deve ser empregado, pois é cientificamente sabido que há uma predisposição genética para o alcoolismo.
Talvez esse procedimento possa causar espanto ou escândalo para alguns de vocês, mas preciso dizer que foi esse o procedimento que meu marido e escolhemos para nossa família. Perto dos 18 anos, nossos 3 filhos começaram a ter acesso a uma limitada quantidade de bebida alcoólica sob a nossa supervisão durante as refeições. E bebedeiras eram terminantemente proibidas. Escolhemos fazer isso sem conhecer essas pesquisas, mas porque fomos educados assim e os resultados foram bons em nossas famílias de 4 e 5 filhos.
Meus filhos podiam ir às festas desde os 15 anos com a condição de que nós fossemos buscá-los, pois assim poderíamos checar se eles haviam bebido ou não. Eles sabiam que uma bebedeira não seria tolerada e apenas 1 deles quebrou nossa confiança e bebeu demais uma vez aos 17 anos. Por isso ficou sem sair por 3 meses justamente numa época de festas de formatura, que ele perdeu sob protestos, choros e até greves de fome, mas perdeu e aprendeu.
- Encontre voluntários que possam estar mais próximos dos seus adolescentes. Há uma grande chance de que metade dos adolescentes do seu grupo esteja enfrentando problemas com álcool, mas fica muito difícil detectar isso num grupo grande. Por isso, precisamos muito de adultos ou jovens adultos cristãos com uma vida séria com Deus que possam acompanhá-los mais de perto. Ore e procure por essas pessoas. Ore para que a sua congregação entenda que a geração mais velha é sim responsável pela geração mais nova (Juízes 2:10)