Série: O Que Eles Tem Na Cabeça? Depressão e Suícidio

depressão Image courtesy of tuelekza at FreeDigitalPhotos.net

Imagem cortesia de tuelekza de FreeDigitalPhotos.net

A mídia tem alertado pais e responsáveis sobre o Jogo da Baleia Azul. E há alguns dias noticiou o que teria sido a primeira morte causada pelo jogo no Brasil. Há muitas coisas a serem esclarecidas sobre o assunto.

Primeiro, não há comprovação de que o jogo (Blue Whale Game) tenha causado mais de 130 mortes de adolescentes na Rússia. O que realmente se tem de concreto é o suicídio de 3 adolescentes russas e o primeiro suicídio ocorreu em 2015. Segundo, infelizmente houve o suicídio de um adolescente de 13 anos em Nova Iguaçu, mas não há nada que ligue o trágico fato ao jogo. O adolescente enfrentava uma grave depressão.

O que sabemos de concreto é que a depressão e o suicídio entre adolescentes estão aumentando no Brasil e no mundo. No Brasil, de 2002 a 2012 houve um crescimento de 40% da taxa de suicídio entre crianças e pré-adolescentes com idade entre 10 e 14 anos. Na faixa etária de 15 a 19 anos, o aumento foi de 33,5%. A causa principal do suicídio entre os adolescentes é a depressão, que deve ser identificada e tratada. Segundo Dr. Daniel Siegel, o aumento da intensidade emocional na adolescência pode levar à impulsividade, à depressão e reações extremas como o suicídio. Dr. Siegel também alerta que a impulsividade pode transformar a busca por sensações em ação sem levar em conta as consequências.

Outro fato concreto é a tremenda popularidade que a série “13 Reasons Why” da Netflix13 reasons why está alcançando entre adolescentes e jovens. A série aborda assuntos importantes como bullying, assédio, estupro, falta de diálogo com a família, depressão e suicídio na adolescência. Mas depois de assistir alguns capítulos e a terrível cena do suicídio da personagem principal comecei a pensar sobre os danos que algumas cenas podem causar nos cérebros em desenvolvimento dos adolescentes.

A intenção da série é alertar sobre o suicídio na adolescência e recomendo que pais, professores e líderes de adolescentes assistam. Talvez os autor e produtores não tenham se preocupado com o fato do cérebro adolescente ser tão impressionável. A atenção que Hanna recebe após o suicídio e o planejamento do suicídio passo a passo acabam conferindo certo glamour ao suicídio. A adolescência é uma fase de muita vulnerabilidade e há o risco de adolescentes se identificarem de forma negativa com a personagem principal. Os assuntos tratados na série devem ser discutidos e acompanhados por pais e responsáveis.

Que nossos adolescentes possam lembrar-se do que diz o salmista:

Estavam famintos e sedentos; suas vidas iam-se esvaindo.
Na sua aflição, clamaram ao Senhor, e ele os livrou da tribulação em que se encontravam e os conduziu por caminho seguro a uma cidade habitada.
Salmos 107:5-7

Série: O Que Eles Tem na Cabeça? Adolescentes e Comportamentos de Risco

Comportamento de Risco

Imagem cortesia de Ben Schonewille em FreeDigitalPhotos.net

Adolescentes parecem procurar por comportamentos de risco. Você já deve ter ouvido falar de adolescentes e jovens europeus que se “divertem” escalando prédios altos para depois postar fotos e vídeos da façanha na Internet. Em outubro de 2016 um pré-adolescente de Santos, SP morreu participando da “brincadeira do desmaio”. Nossos adolescentes experimentam drogas, consomem álcool, dirigem sem licença e são atraídos por todo tipo de comportamento de risco.

A primeira pergunta que fazemos é “Mas ele não pensou nos riscos?”. Os recentes estudos sobre o cérebro dos adolescentes vão nos mostrar que eles não pensaram. As razões para não pensarem são fisiológicas:

  • Os lobos frontais ainda não tem uma boa conexão com outras partes do cérebro do adolescente e isso dificulta a avaliação de riscos e consequências.

  • Os sistemas neurais que controlam a excitação e a recompensa são muitos sensíveis no cérebro adolescente. Por isso as emoções e o imediatismo tem um grande apelo para eles.
  • O centro cerebral do prazer é extremamente ativo e isso faz com que eles tenham uma intensa busca por recompensas (ações ou substâncias que lhes trazem prazer). A ânsia pela recompensa é muito maior do que a consciência do risco.

Isso explica o porquê do cérebro adolescente ser mais suscetível ao vício por um comportamento ou substância química. A droga ou outro estímulo prazeroso age de forma intensa no centro cerebral do prazer e os lobos frontais não estão prontos para inibir esse efeito. Por isso o cérebro adolescente busca intensamente por essa estimulação. É isso que torna o cérebro adolescente tão suscetível ao vício e aos comportamentos de risco.

Você pode estar sentindo certo desânimo com essas informações, mas podemos ver a adolescência como um período de grandes oportunidades para influenciar positivamente a vida dessa nova geração. É indiscutível que há muitas escolhas ruins à disposição dos adolescentes, mas cabe aos pais, professores, líderes, mentores e outros adultos apresentar as boas escolhas para eles. Os adultos precisam incentivá-los a buscar as experiências positivas que proporcionem prazer e emoção para eles. Os esportes, convívio social com outros adolescentes num ambiente saudável e atividades em grupo são muito importantes! Adolescentes envolvidos no serviço ao próximo nas nossas igrejas, em comunidades carentes ou em viagens missionárias irão obter a recompensa e o prazer que tanto buscam por meio de atividades positivas para o desenvolvimento deles.

Fica a pergunta: “O que estamos oferecendo aos nossos adolescentes para que eles não tenham a necessidade de buscar comportamentos de risco?”

Quem despreza o próximo comete pecado, mas como é feliz quem trata com bondade os necessitados!

Provérbios 14:21

Como Ajudar a Garotada a Lidar com a Tragédia da Escola no Rio de Janeiro

Hoje o Brasil parou e se comoveu com a tragédia na Escola Municipal Tasso da Silveira no Rio de Janeiro. As estações de TV, rádio e Internet não pararam de dar informações, mostrar imagens e entrevistas durante o dia todo. Vivemos quase que em tempo real todo o drama daqueles adolescentes e suas famílias.

Além do sentimento de dor e compaixão também fui tomada pela preocupação: como nossas crianças e adolescentes vão lidar com uma tragédia tão próxima de deles e de parte tão importante do dia a dia deles,  que é a escola. É nesses momentos de crises que líderes critãos e pais devem buscar na Bíblia as respostas para as dúvidas que surgirão.

Se vocês estão preocupados em como começar a abordar o assunto com seu grupo de adolescentes ou seus filhos, podem deixar essas preocupações de lado. As perguntas e questionamentos virão naturalmente da parte deles: “Por que Deus deixou que aquelas crianças morressem?” “Onde Deus estava quando aquele assassino estava atirando em todo mundo?” “Como posso ter certeza que isso não vai acontecer na minha escola?” Preparem-se para as perguntas e conversas com a ajuda dessas dicas:

  1. Estejam dispostos a conversar sobre a violência com eles. Permitam que eles falem sobre a violência e sobre o que mais os deixou assustados ou preocupados. Muitas vezes as crianças e adolescentes tem a tendência a fantasiar e achar que os mesmos atos de violência vão acontecer com eles.
  2. Não substimem o medo deles e reafirmem a proteção que Deus nos dá. Entendam os medos deles, que são reais e tem fundamento, mas lembrem-nos de que Deus está sempre com eles. Leiam alguns versículos com eles como Sl 23:4, Sl 27:1-3 e Is 43:1.
  3. Estejam atentos às questões espirituais deles. Situações de crises vão trazer à tona as questões que eles tem sobre Deus, Jesus, fé, sofrimento e morte. Estejam preparados para responder perguntas como “Por que Deus permite que coisas ruins aconteçam à pessoas boas?” E para dar respostas como “Ó profundidade da riqueza da sabedoria e do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e inescrutáveis os seus caminhos!”Quem conheceu a mente do Senhor? Ou quem foi seu conselheiro? ” Romanos 11:33-34
  4. Orem por todos aqueles que foram afetados pela tragédia. É uma boa oportunidade para encorajar as crianças e adolescentes a orarem. Isso ajuda a reforçar a fé deles no amor e no poder de Deus para curar aqueles que foram feridos.